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quinta-feira, 20 de março de 2014

Capítulo 30

-O que você está fazendo aqui? –Chace perguntou assim que o viu esticado no sofá. O barulho da televisão havia feito ele despertar horas antes do previsto.
-Assistindo TV. –Zac comentou como se fosse óbvio enquanto aumentava o volume.
-Você não deveria estar aqui.
-É, acho que não, mas estou. Fazer o que, não é? –Falou irônico sem desviar os olhos do desenho animado que assistia.
-Você com essa idade ainda assiste Bob Esponja?
-Ele é engraçado.
-Você é patético.
-O que você faz aqui? Caiu da cama, foi?
-Antes fosse. Você poderia desligar isso?
-Poderia, mas não estou com vontade.
-Você sabe que está na minha casa, certo? –Chace perguntou avançando lentamente.
-Sim, e dai?
-E dai que quem manda aqui sou eu.
-Bom pra você.
-É sério, Efron. Desligue isso. Eu preciso dormir.
-Pode dormir, não estou com a sua cama.
-Por que você está aqui, afinal? Achei que depois do que você fez ontem, a Vanessa te expulsaria.
-Ela tentou, mas acabou percebendo que podia precisar de mim caso você entrasse em crise novamente.
-Muita ajuda que você oferece desse jeito. –Disse irônico. –Faça menos barulho, eu quero voltar a dormir.
-Eu também queria dormir ontem a noite e nem por isso vocês diminuíram os gemidos. –Zac disse zangado. Chace alegava estar mal de saúde, mas nem por isso deixou passar a oportunidade de aplacar seus desejos com a esposa.
-Os gemidos ficam por conta da Vanessa. Se quer discutir sobre isso, discuta com ela.
-Quando ela acordar, quem sabe.
-Se você se incomodou tanto com o fato de nós fazermos amor, por que não foi embora?
-Por que ela ia perceber o motivo e ia ficar estranha comigo.
-Hm, entendo. Se você quiser, eu posso dizer que você foi embora hoje cedo por precisar trabalhar.
-Não se incomode comigo. –Disse irônico. –Eu já avisei pra ela que só precisaria trabalhar no período da tarde, pois tenho uma reunião muito importante.
-E por que você não vai pra casa para se preparar?
-Prefiro esperar ela acordar e fazer o café. É o mínimo que ela pode fazer.
-E o soco que você me deu não me da o direito de te pedir um favor? –Disse e Zac riu sabendo que o "pedido" era na verdade uma ordem. –Poderia por favor, se retirar do meu apartamento?
-Olha, eu vou ser sincero com você: Eu até poderia, mas não vou fazer isso. –Disse aumentando o volume novamente fazendo o sangue de Chace ferver.
-Desliga isso. –Ordenou alterando a voz.
-Não, agora se me der licença, eu quero vê como o Bob Esponja vai se livrar das águas vivas. –Disse aconchegando-se na coberta emprestada por Vanessa.
-O que está acontecendo aqui? –A voz feminina de Vanessa fez os dois estremecerem.
-O barulho da TV me acordou e eu vim encarecidamente pedir para ele abaixar o volume, mas ele me ignorou e fez justamente o contrário. –Chace disse abraçando a esposa por trás.
-Zac, isso é verdade? –Perguntou cruzando os braços fazendo ele rir. –Do que você está rindo? Estou te fazendo uma pergunta e não contando uma piada.
-Você adotou uma postura de mãe agora e isso é engraçado. –Ele confessou controlando o riso. –Nós somos adultos, Vanessa, podemos resolver nossos assuntos sozinhos.
-Da ultima vez que você resolveu os seus "assuntos" com meu marido, ele saiu ferido.
-Isso faz parte do passado.
-Do passado de ontem e os danos são notados hoje.
-Coisa que não te impediu de fazer certas coisas –Sussurrou procurando o celular entre as almofadas do sofá, mas ela ouviu.
-E o que eu fiz? –Ela perguntou desconfiada. Ele não poderia saber, certo? Ah não ser que tivesse ouvido.
-Você sabe o que fez, não me obrigue a falar. –Disse a olhando de cima a baixo. –Eu achei que você fosse pura. –Brincou e ela logo corou.
-Oh meu Deus, você...? Não, Zac. Por Deus, me diz que você está de brincadeira. –Ela perguntou chocada.
-Eu realmente queria que fosse, mas não é. Você apagou toda a boa imagem que eu tinha de você. Nem quando eu assisti porno pela primeira vez, eu não me senti assim. Você é um animal. –Disse antes de gargalhar.
-Oh meu Deus. Eu sabia que não devia ter permitido. Algo me dizia que isso ia acontecer. Zac, por favor. Não comente isso com ninguém.
-Como não vou comentar com ninguém? Eu preciso de acompanhamento psicológico a partir de hoje e a culpa é sua.
-Zac, é sério. Não comente nem com a Ashley, nem com a Miley ou com o Alex. Seria o fim para mim.
-Relaxe, Vanessa. Você acha mesmo que eu vou repetir o que ouvi? Eu não consigo nem recordar sem ficar enjoado, imagine falar sobre isso.
-Obrigado. –Disse tentando abraçá-lo.
-Não chegue perto de mim com esse corpo usado. Tome um banho antes de qualquer coisa.
-É o que? –Perguntou antes de rir. –Pode parar com essa frescura.
-Não é frescura, é uma realidade. Eu não sou obrigado a sentir o seu cheiro e o de Chace misturado.
-Tudo bem. –Revirou os olhos. –Ainda é cedo e eu estou cansada. Vou voltar a dormir. Pode abaixar o volume?
-Posso, mas se eu ouvir algo suspeito, aumento no mesmo instante. –Avisou.
-Ok. Quer comer algo? Eu posso preparar.
-Não, eu estou bem, obrigado. Qualquer coisa eu te chamo.
-Ok. Até daqui a pouco. –Disse puxando Chace para o quarto novamente. –Oh meu Deus. Está vendo no que você me mete? –Olhou para o marido que tinha se jogado na cama.
-O que foi que eu fiz?
-O que foi que você não fez. Se você não tivesse forçado a barra...
-Até parece que você não queria.
-Eu não queria.
-Me engana que eu gosto. –A puxou para si.
-É sério, amor. Nós temos que agradecer por ter sido ele e não outro.
-Agradecer o que? Se você tivesse chamado a Ashley...
-A Ashley tem problemas demais e não sou eu que vou preocupá-la com os meus. Ela vai se zangar por eu não a ter avisado, mas vai entender.
-Mesmo assim, eu preferia que você tivesse chamado ela, assim ela se distraía um pouco.
-Ela não saberia onde procurar você, afinal, não te conhece, e outra: ela ficaria para dormir também, mas diferente do Zac, ela ia compartilhar a cama conosco. É isso que você queria?
-Pensando bem... –Disse fazendo ela rir. –Na próxima vez, chama ela, ok?
-Não vai ter próxima vez. Eu não vou deixar. –Acariciou o rosto dele. –Eu fiquei tão assustada. Pensei o pior. Eu amo você e não suporto a ideia de te perder.
-Está tudo bem, relaxe. Já passou. –A abraçou.
-Não seria melhor você ir ao médico só para ter certeza?
-Não acho necessário, amor.
-Você teve uma crise, acho que é mais do que necessário. Eu posso agendar com um conhecido da Ashley e...
-Não, nada disso. Eu prefiro pedir recomendação do meu antigo médico.
-Então, ligue e peça.
-Depois.
-Mas amor...
-Depois, Vanessa. Eu estou bem, não estou?
-Não que eu possa dizer "nossa, como ele está bem", mas está.
-Então, pronto. Vem, vamos dormir de novo antes que o seu amigo confunda nossas vozes com outra coisa. –A beijou de leve.

[...]

-Não, lógico que não. –Zac negava com o bluetooth enquanto servia-se com leite. –Não, Alex. Isso é estupidez. Se quer tanto fazer algo com esse dinheiro, doe para alguma instituição de caridade. Eles vão aproveitar melhor do que essa possível empresa. {...} Não é desdém, é a realidade. Você já ouviu algo sobre ela? Uma empresa tão antiga como eles alegaram ser para você, deveria ter feito algo de produtivo uma unica vez. {...} Se você quer fazer isso, faça, mas não com o nome da empresa. Não podemos nos arriscar a ter outra quebra por suas idiotices. {...} Eu não vou ter reunião nenhuma com nenhum representante. Eu já tenho uma reunião com os acionistas hoje e não posso mais adiá-la. {...} Eu não vou pagar nenhum almoço para ser enganado. Eu já disse, não vamos fazer acordo com nenhuma empresa duvidosa. {...} Não, eu não... Alex, me deixa falar... A ligação está caindo, nos falamos na empresa. –Zac disse tirando o aparelho do ouvido. –Que idiota.
-O que foi? –Vanessa perguntou antes de dar uma mordida numa torrada.
-Uma possível empresa quer fazer parceria com a nossa e o Alex aceitou, mas as ofertas são boas demais para serem de verdade.
-Mas o Alex pode fazer algum contrato sem a sua assinatura?
-Não, não pode. Ele é o "presidente", mas não faz nada sem meu consentimento e mesmo que tente, não é válido. Nós temos um acordo e a empresa é tanto minha quanto dele.
-Metade, metade? –Chace perguntou se interessando.
-Legalmente, sim. Mas todos sabemos que se a empresa chegou aonde chegou, foi por meu esforço. O Alex só ajudou em parte com os recursos financeiros e digamos que o sobrenome Efron ganha mais vantagem se o Pettyfer estiver acompanhado. Ele trabalha, sim, mas nem sempre. Faz algumas pesquisas e alguns projetos, mas na maioria das vezes, ele só contribui no lado financeiro.
-E ele se conforma com isso?
-Ele se conformaria se não precisasse sair de casa para efetuar os pagamentos. Ele é preguiçoso demais, mas quando decide trabalhar pode ter certeza de que coisa boa vem por aí.
-Nem sempre. –Vanessa disse.
-É, nem sempre. –Zac concordou. –Ele tem seus momentos, digamos assim. Trabalha quando quer. Quando não, dá meia volta e sai da empresa sem dizer nada a ninguém. Ele tem talento para os negócios, mas a preguiça é maior. Eu até queria que ele fosse o diretor financeiro, mas ele falta demais e o diretor financeiro deve estar sempre disponível.
-Entendo. –Chace disse. –E você aceita fazer parceria com ele pelo lado financeiro?
-Na verdade, não. No começo, 90% foi por isso, digamos assim, mas ele tem talento. Eu não "carreguei" ele na faculdade como muitos pensam. Foi justamente o contrário. Mas depois que obtivemos os primeiros lucros, ele decidiu trabalhar sem carga horária fixa. Espero que algum dia a vontade dele de trabalhar em período integral volte.
-Por que será que ele ficou assim? –Vanessa perguntou. –Quero dizer, eu sei bem o que é um homem que ama o trabalho e sei que isso não muda de uma hora pra outra.
-Eu acho, não tenho certeza ainda, que ele teve uma desilusão amorosa e o pai dele, Richard Pettyfer, pensa o mesmo. Ele era muito focado nos estudos. Era bagunceiro, sim, mas era focado também. Fazia todos os trabalhos e fechava o semestre antes de todo mundo.
-Ele tinha alguma namorada?
-Eu me lembro pouco dessa época, mas lembro que ele sempre estava no meio de uma roda de meninas. Ele dava atenção a todas, é claro, mas tinha uma ruiva dos olhos verdes do curso de medicina que deixava ele vermelho. Eu adorava, claro, mas nunca me atrevi a perguntar o que eles eram. Tivemos que fazer uma viajem para a Flórida num fim de semana para visitar umas empresas e como ele já tinha fechado o semestre, preferiu ficar. Quando voltei, ele estava diferente. Estudioso, claro, mas estava na defensiva. Não brincava mais e eu percebi que ele e a garota se evitavam. Houve outra viajem para os formandos e eu preferi não ir, mas ele foi e ela também. Houveram boatos de que eles tinham ficado e outros de que eles haviam discutido. Eu não quis perguntar nada e logo em seguida nós abrimos a empresa. Dois meses depois, ele virou o que é hoje.
-É complicado, mas não tem a tal "mulher misteriosa"? Não será ela?
-Não, não é. Eu fui numa festa a fantasia com o Alex a meses atrás e acho que a mulher misteriosa estava lá. Eu e o Alex estávamos conversando e do nada, ele se levantou e foi falar com uma mulher de cabelos pretos que estava fantasiada de bruxa sexy. Ele parecia bem zangado e ela logo foi embora. Até perguntei que era, mas ele me ignorou e foi dar em cima de algumas garotas.
-A outra não poderia pintar o cabelo?
-Poderia, mas o que uma nerd estudante de medicina iria fazer numa festa a fantasia?
-É, tem razão. Será que ele não me falaria?
-É o que? –Chace e Zac perguntaram juntos.
-É, tipo. Eu sou mulher e posso tentar arrancar algo dele. Posso sair com ele e depois de fazer ele encher a cara, posso fazer perguntas. Ele me considera uma amiga-irmã, então acho que consigo.
-Não acho que seja uma boa ideia. –Chace disse. –Quem garante que bêbado ele não vai tentar nada com você?
-Eu garanto. Ele não é assim.
-Ok, casal. Para que você faria isso, Vanessa? –Zac perguntou.
-No fundo eu sinto que ele é infeliz. Eu quero ajudá-lo.
-Não pode ajudar dando um livro de auto ajuda? –Chace perguntou recebendo um olhar repreensivo da esposa.
-Não, não pode. Por que não saímos todos juntos? Uma noite de amigos, que tal? Podemos ir a algum barzinho que tenha uma área reservada e curtir a noite. Tanto ele como a Ashley estão precisando.
-É, ele ficou meio depressivo depois que o Chace chegou. –Zac disse.
-E você também. –Chace provocou.
-Claro, estou super depressivo. Olhe a minha cara de que chorei a noite toda. –Respondeu revirando os olhos. –Posso pensar no assunto, mas você tem que me garantir que vai negar caso ele insinue que eu disse algo.
-Tudo bem. –Ela respondeu dando de ombros.
-Ótimo, eu vou falar com a Ashley e vê o que posso fazer. –Tomou o café num gole. –Tenho que ir. –Se levantou.
-Já? –Ela perguntou desapontada.
-Sim, eu sou um homem trabalhador ao contrário de você.
-Estou de folga.
-Folga é coisa de gente preguiçosa.
-Até parece que você nunca tirou uma folga na vida.
-Não considero fins de semana uma folga.
-Você é o dono.
-E por isso mesmo eu não digo para os outros fazerem o meu trabalho. Bom dia. –Disse antes de sair.
-Falando em trabalho... –Chace disse se levantando.
-Ah, não. Você também não.
-Eu só quero fazer uma ligação, amor.
-Nada disso. A unica ligação que você deve fazer é para o seu médico pedindo recomendações.
-Tudo bem. –Disse bufando.
-No vivo a voz, de preferencia.
-De jeito nenhum. –E se trancou no quarto e ela revirou os olhos.
-Homens. –Murmurou antes de começar a recolher os pratos.

[...]

-Odeio paparazzi. –Vanessa resmungou assim que fecharam as portas atrás de si. –Eles são como sanguessugas.
-Já passou, hm? –Chace cheirou-lhe os cabelos.
-Sim, mas... Sei lá, eles irritam.
-Relaxa e aproveite a noite. –Pediu enquanto eles eram guiados para uma ala mais reservada do restaurante. Depois de se acomodarem, o garçom lhes deixou a sós para escolherem o que iriam pedir. –Melhor?
-Sim. –Disse antes de lhe dar um selinho rápido. –Amor... –Ela deixou a palavra no ar.
-Sim?
-Você planejou alguma coisa para o final do ano? Alguma festa ou algo do tipo?
-Não, ainda não. Por que?
-Durante as compras com a dona Susana ela me falou que os moradores estão planejando uma ceia para o natal e queria saber se nós iriamos participar. Eu disse que iria te perguntar, já que é você que organiza essas coisas.
-Você quer ir?
-Eu não sei. A Ashley com certeza vai passar o natal com a família dela e o mesmo deve acontecer com o resto. Nós somos os únicos "desgarrados". –Disse beijando o braço dele.
-Se você quiser, nós passamos com a sua família.
-Eu não sei, amor. Seria bom, mas estranho também. A primeira coisa que iam perguntar era sobre os filhos e bom, minha mãe iria me fazer perguntas e o que eu menos quero é relembrar o passado.
-Com a minha família nós não podemos passar. –Relembrou-a. –E se fossemos somente nós dois como sempre?
-Não, amor. Eu quero algo diferente esse ano.
-E a sua tia? Com certeza as suas primas vão preferir ficar com os namorados ou amigos.
-É, pode ser. Eu vou ligar para ela e perguntar.
-Certo.
-E se nós convidarmos ela para cear aqui no prédio com a gente? Seria melhor, por que só nós três iria ser meio deprimente.
-Converse com a dona Susana e pergunte se podemos levar convidados.
-Eu acho que não tem problema, mas vou fazer isso mesmo.
-Ok, mas deixa isso para depois. Agora vamos aproveitar a nossa noite. Vai querer o que?
-Escargot e você?
-Caviar. –Decidiu chamando a atenção do garçom que depois de anotar os pedidos, se retirou. –Quando você volta a trabalhar? –Ele perguntou depois de um tempo.
-Não sei bem, por que? Já cansou de me ter em casa o dia todo, é? –Brincou.
-Não, é justamente o contrário. Eu estava pensando em fazermos uma viajem para comemorarmos o seu aniversário.
-E por que não pode ser aqui?
-Por que o tempo esfria muito e eu não quero ter que ficar em casa por culpa de chuvas. Podíamos ir para o Havaí ou se não quiser ir tão longe, podíamos acampar no Vale da Morte que fica aqui na Califórnia mesmo.
-Eu não sei se é uma boa ideia passar meu aniversário num lugar que tenha "morte" no nome.
-Vamos para o Havaí então.
-Não, amor. Eu prefiro ficar aqui. Nada melhor do que a nossa própria casa.
-Mas eu queria que fizéssemos algo marcante.
-E nós podemos fazer algo marcante aqui.
-Eu acho mais seguro nós viajarmos.
-Como assim "seguro"?
-Usei as palavras erradas, eu quis dizer "proveitoso".
-Hm. –Disse desconfiada. Chace não pertencia ao gênero que falava sem pensar e aquilo a incomodou. –Mesmo assim, eu prefiro ficar aqui.
-Você que sabe.
-Se você quiser planejar alguma festa surpresa, fique a vontade. –Disse e ele sabia que apesar do tom de humor, ela falava sério.


-Eu vou conversar com suas amigas para saber se elas não estão planejando algo.
-Tudo bem. –Disse se aconchegando mais aos braços dele. –Amor? –Chamou depois de algum tempo.
-Oi.
-Você me ama?
-Amo e você sabe disso. Por que isso agora?
-Por nada. Eu também te amo.
-Eu sei. –Disse fazendo ela beliscá-lo. –Ai, o que foi que eu fiz de errado? Já disse que te amo.
-Você é muito sem graça. Eu esperava um "eu te amo mais".
-É óbvio que eu te amo mais, sempre te amei e sempre te amarei, mas não gosto de me gabar.
-Seu bobo.
-Se eu sou bobo você é mais por me amar. –Disse antes de a puxar para um beijo que logo foi interrompido pelo garçom.

[...]

-Tens certeza? –Ela perguntou assim que ele ligou o carro.
-Tenho. Eu dirijo com cuidado. Não vou dar motivos para nenhum policial nos parar.
-Mesmo assim eu tenho medo.
-Não se preocupe. Qualquer coisa eu digo que você está passando mal e que por isso não tive outra opção.
-Na volta eu dirijo, ok?
-Só por que eu ainda não conheço o caminho. –Assentiu.
-Para onde estamos indo? –Ela perguntou depois de alguns minutos. As ruas eram escuras e ela não sabia aonde estavam ou para onde estavam indo.
-Surpresa. –Disse pensando em como tirar a atenção dela. Se ela pensasse muito ia acabar reconhecendo o caminho. –Você já falou com as suas amigas hoje?
-Troquei sms's com a Miley. Ela disse que ia pensar em alguma coisa para animar a Ashley. Talvez alguma festa ou uma viajem. Pedi para ela me manter informada.
-E você ainda vai tentar descobrir alguma coisa do passado do Alex?
-Sim, vou. Enquanto a Ashley está tomando os primeiros goles para ficar bêbada, ele já está caído no bar. –Disse sorrindo. –Não vai ser difícil arrancar nada dele, o difícil vai ser ajudá-lo.
-Você consegue.
-Eu sei.
-Convencida.
-Realista. –Disse olhando em volta.
-A Miley é a organizadora dos eventos do grupo?
-Na verdade é a Ashley, mas ela está ocupada demais tentando organizar a vida.
-Salva os números dela para mim, por favor. –Pediu entregando o celular para a esposa. –Quero perguntar se ela está planejando algo para o seu aniversário.
-Tudo bem.
-Mas não pergunte nada, hein? Deixa que eu pergunto.
-Tudo bem. –Disse revirando os olhos.

[...]

-Onde estamos? –Ela perguntou pela milésima vez enquanto estavam no elevador.
-Espere e verá. –Falou paciente.
-Estou curiosa.
-Você já vai descobrir. –Dito isso as portas do elevador se abriram. –Vamos.
-Que lugar é esse? –Perguntou assim que saíram na sacada. –De quem é esse prédio?
-Não sei bem. Eu só sei que sempre vinha aqui para estudar ou pensar. A vista é linda.
-Concordo, mas... O que estamos fazendo aqui?
-Estamos apreciando a vista. Eu queria te mostrar esse lugar. É especial para mim.
-O que você fez aqui? –Perguntou semicerrando os olhos.
-Nada de mais. Eu já disse que só vinha aqui para estudar ou pensar. Tomei muitas decisões importantes aqui.
-E como você o descobriu?
-Eu tinha acabado de chegar de Nova York e queria conhecer a faculdade em que poderia terminar o meu curso. Eu acabei errando o endereço e vim parar aqui. É um lugar bom para se pensar. No norte temos as montanhas, no oeste temos a cidade e no leste temos o mar. É um prédio bem localizado.
-Concordo. E você planeja comprá-lo?
-Não sei bem. A localização é ótima para montar uma filial, mas o espaço é muito pequeno.
-Percebi que tem uma grande área livre dentro dos parâmetros da propriedade. Você poderia construir uma segunda parte lá.
-Uma filial dividida em duas partes?
-Não exatamente. Você não disse que na maioria dos acordos não passam dos primeiros cinco andares?
-Sim, disse.
-Pois bem. O seu andar é o trigésimo oitavo, o ultimo, ou seja, para não terem andares desnecessários você poderia usar esse prédio a parte importante como o lado financeiro, os planejamentos, a gerencia, as reuniões... No espaço livre você poderia fazer um anexo para a área das secretárias, da segurança, da limpeza e das outras coisas que também tem.
-Pode ser. Eu vou consultar um engenheiro e vê o que posso fazer. Por mais que seja um ponto falido, o dono deve cobrar um preço alto pela vista.
-Bom, você sabe o que fazer com o seu dinheiro. –Disse se apoiando no peitoral da parte oeste. –Vinhemos fazer o que aqui?
-Eu queria ter um momento especial com você. –Disse a abraçando por trás.
-Como o que por exemplo?
-Relaxe, não é isso que você está pensando. Eu não sou do tipo que vive aventuras em público. Eu quero te dar um presente.
-Que presente?
-Vire-se para mim. –Ela obedeceu. –Lembra-se de quando eu te pedi para se casar comigo pela primeira vez?
-Lembro-me vagamente. Foram tantos pedidos. –Sorriu.
-O oficial, você se lembra?
-O de Nova York? Lembro-me.
-Lembra-se do anel que te dei?
-Lembro. Tenho ele até hoje junto com os protetores de aliança.
-E por que não os usa?
-Por que acho ele muito delicado como já te disse e os protetores parecem mais anéis comuns em vez de protetores.
-Entendi. Olha, eu te trouxe isso. –Disse tirando uma caixa pequena do bolso. –Eu quero que você use.
-O que...? Mas eu já tenho um anel de noivado. –Disse observando a joia. Era muito maior e mais brilhante do que o outro anel que tinha, mas isso não importava para era.
-Ele não é delicado, certo?
-De longe quem sabe. –Fez piada. –Não, eu não posso aceitar.
-Eu fiz para você. É a primeira joia da minha joalheria. A unica coisa que não foi da minha empresa é o ouro, mas é da minha parceria.
-Em vez de me dar, por que não guarda?
-Eu fiz para você, amor. Fui na mina escolher o diamante e tudo mais. Demorei três semanas para fazer o designer. Cuidei até dos mínimos detalhes. O que achou?
-É muito bonito, mas é demais para mim.
-É seu e eu não aceito devolução. Você disse que não usa meus presentes por serem delicados ou chamativos. Ele até que é bem simples para ser um anel de noivado.
-Mas...
-Nada de "mas". Use, por favor.
-Ok, eu aceito. –Disse por fim. –Não faz sentido, mas nosso relacionamento não é normal, não é mesmo?
-Como assim?
-Em vez de iniciarmos o nosso relacionamento com um namoro como qualquer casal normal, nós nos casamos. Ficamos amigos e agora você me deu um anel de noivado. Estamos regredindo o que é bom.
-E por que é bom regredir?
-Por que se fossemos avançar, o nosso próximo passo seria o divórcio e não é isso que eu quero.
-É, pensando desse modo até que faz sentido, mas vamos parar de regredir por aqui, certo? Nada de virarmos somente amigos.
-Podemos avançar só um pouquinho?
-Para que?
-Para termos um bebê, ué. Antes da maioria dos divórcios, os casais tem filhos. No mínimo um.
-Só um?
-É, só um.
-Por que não dois? E que tal cinco?
-Cinco? De modo algum. Vamos ter um filho e somente um. Quem sabe no futuro não venha uma irmãzinha, mas por agora quero somente um.
-Mas...
-Mas nada. Se quiser mais, procure outra mulher.
-Uma barriga de aluguel? Não acho que seja necessário. É mais fácil esconder seus medicamentos e conversar com sua ginecologista secretamente sobre o seu período fértil e partir para o ataque.
-E quem disse que eu vou deixar você fazer algo sem camisinha?
-E desde quando você checa?
-É, mas mesmo assim. Vou começar a prestar mais atenção agora.
-Duvido. –Ela lhe deu língua e eles trocaram um beijo doce. –Vamos?
-Vamos.
-Acho que não estamos sozinhos. –Ele disse olhando para baixo vendo alguns flashes no meio da escuridão.
-Ninguém merece. –Olhou em volta.
-Você é mais famosa do que eu imaginava.
-Eu não sou tão famosa assim. Ainda colocam "amiga das modelos Ashley Tisdale, Miley Cyrus, Selena, Demi" e blah blah blah. Raramente colocam "garota propaganda da Ecko" ou da Neutrogena. Tenho que trabalhar muito para conseguir um reconhecimento próprio.
-Você vai conseguir.
-Amor, eu não acho que esses paparazzi estão aqui por mim.
-E por quem então?
-Por você. Eles são bem quietos e não estão escondidos, ou seja, não são paparazzi e sim jornalistas.
-E o que eles podem querer comigo?
-Você se esqueceu de que é uma celebridade no mundo dos negócios? Você saiu da Índia sem dizer nada e com toda a certeza eles querem saber o que o empresário Chace Crawford está fazendo em L.A. Está viajando há negócios ou a lazer? Está com a esposa ou há amante?
-Eu não tenho nenhuma amante.
-Pois eles pensam que sim. Já vi algumas revistas especularem se o seu relacionamento é somente profissional com Victoria ou se existe algo mais.
-Essas especulações não passam de fofoca.
-Eu sei. –Disse sorrindo.
-Então não fale isso. Tenho medo de que algum dia você acredite nisso.
-Não vou acreditar em nada sem motivos.
-Então estamos descansados por que nunca vou te dar motivos.
-Ótimo. –O beijou.

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Hey girls. Primeiramente peço milhões de desculpas pela demora. Domingo eu saí para almoçar na casa de uns irmãos da Igreja, porém quando voltei estava chovendo e eu preferi continuar a ler o livro "A Fera" já que estava sem ideias. O meu computador foi para o conserto como eu disse no outro blog, porém só funcionou normalmente no primeiro dia e depois ficou pior do que estava. Enquanto eu digitava o capítulo a tela travou e começou a aparecer algumas linhas coloridas que logo viraram colunas e depois de muito futucar ele, meu pai conseguiu fazer voltar ao "normal", porém a normalidade só voltou hoje. Eu tentei escrever pelo note, mas minha irmã faz faculdade e está fazendo trabalhos e por isso não consegui digitar por lá também. Enfim, espero que me desculpem e que curtam o capítulo. Não teve muito chamego de Chanessa. Eu sei que vocês querem Zanessa, mas eu preciso preparar o terreno da Vanessa antes de Chanessa acabar. Enfim, sem mais delongas, agradeço a quem gostou do capítulo e a quem comentou. Espero que gostem desse também. Vou esclarecer algumas perguntas feitas nos comentários, mas sem citar ninguém, afinal, cada um sabe o que comentou (=
Bom, o Chace acha que realmente pode esconder a doença e vai conseguir por um bom tempo, mas toda a mentira sempre é descoberta. Vai ser um capítulo bem tenso, mas depois as coisas vão tomar o seu rumo. Eu não suporto amor próprio muito elevado mesmo. Eu só digo o que penso, mas algumas pessoas se aproveitam dos meus elogios e ficam nas nuvens, ai ai u.u Sim, o Chace fez algo para separar Zanessa e isso também vai ser descoberto, mas no futuro. Eu já disse isso antes, mas torno a dizer: Zanessa vai demorar um pouco para acontecer, mas vai valer a pena. Enfim, já fiz um texto mesmo sem querer. Comentem e aproveitem o capítulo.
Xx

2 comentários:

  1. gostei do capítulo!!!
    até que o Zac,a Vanessa e o Chace são engraçados juntos,kkkk
    posta logo,kisses

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  2. Amei o capítulo.
    Eu sempre dou muita risada com o Zac. Ele é hilário.
    Super ansiosa para saber o que vai acontecer no próximo cap.
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    Bjos

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