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quinta-feira, 26 de março de 2015

Capítulo 49

-Chace vem cá. –V gritou do quarto.
-O que foi amor?
-Traz meu remédio por favor? Estou morrendo de dor.
-Acho melhor irmos no médico. Essa medicação pode esconder alguma coisa quando fizermos os exames.
-Não vou fazer exame nenhum, e é apenas um remédio pra dor.
-Sinto muito, mas eu não vou dar nada.
-Eu pego então. –Tentou se levantar, porém a dor aguda a atingiu. –Ai meu Deus!
-Você vai comigo de boa vontade ou vai precisar ser na base da força?
-Chace, pare de besteira. É só dor!
-Você está sangrando, olha a mancha no lençol! –Bufou. –Vou ligar pra Victoria para avisar que estamos indo pra lá.
-Não vou a lugar nenhum! Isso é só menstruação e...
-Vanessa, sem birra. –Disse indo até a sala. Discou o número e olhou para o quarto; viu a esposa se apoiar na mesa de cabeceira. –Vanessa! –Precisou correr para apanhá-la a tempo. –Droga!

[...]

-Você é uma porta, uma otária, uma anta. Sua teimosa, você vai se vê comigo quando acordar! –A voz de Ashley era ouvida ao fundo e V apertou os olhos.
-Minha cabeça. –Choramingou e sentiu a garganta arder. –Minha garganta.
-Baby, você acordou! –Ashley comemorou e apertou o botão para chamar a enfermeira. –Vou matar você.
-Onde eu... Hospital?! –Olhou para o braço e viu o soro. –Porquê?
-Ah sei lá né, você desmaiou depois de sangrar. –Ironizou lhe entregando um comprimido e um copo d'água.
-Estou menstruada, apenas isso. –Disse bebendo o líquido. –Onde está o Chace?
-Com a Victoria tentando apressar os exames. Ele quer porque quer que saiam hoje os resultados, mas olha a hora? Quase dez horas da noite! Só amanhã depois do almoço e olhe lá.
-Ele é rico, Ashley!
-A maioria dos pacientes desse hospital também, então, não adianta nada. Vai ser na ordem e fim de conversa.
-Que tipo de exames fizeram?
-Fizeram de tudo um pouco, mas o de sangue é o que mais interessa. Esse e o de colo do útero.
-E fizeram esse?
-Não, o Chace não permitiu. Só quando você acordasse.
-E pra que eu vou fazer isso?
-Por precaução. –Victoria respondeu na porta do quarto. Estava com os cabelos presos num coque, óculos de grau, maquiagem leve e com um jaleco branco por cima do vestido. Linda! –Esses sangramentos acompanhados de dores são preocupantes.
-Amor! –Chace se aproximou e lhe beijou com veemência. –Você está bem?
-Não vou fazer exame nenhum. –Disse apertando a mão dele.
-É preciso e já está marcado. –Victoria avisou fechando a porta do quarto. –Preciso fazer um exame rápido, Chace, por favor, me dê espaço. –Pediu e ele se afastou, porém ainda segurava na mão da esposa.
-Não vou fazer exame nenhum. –V repetiu assim que Victoria segurou o pulso dela.
-Acordada a muito tempo?
-Não. –Ashley respondeu. –Quando ela abriu os olhos, eu apertei o botão.
-Sentiu sede?
-E dores de cabeça.
-A senhora sente o gosto de alguma coisa, senhora Crawford?
-Ferro.
-Ok, é normal por conta dos remédios. –Disse pegando numa lanterna pequena. –Siga a luz com os olhos. –Pediu e Vanessa o fez. –Seus reflexos estão ótimos, então, sem problemas cerebrais. Do que a senhora se lembra por ultimo?
-Que eu ia levantar e depois o Chace me pegou no colo.
-Certo. A senhora comeu alguma coisa que lhe fez mal ou fez algum exercício pesado para o seu corpo agir dessa forma?
-Não, eu passei o dia na cama e comi o de sempre. Mas de que forma você está falando?
-Victoria, o que ela tem? –Chace perguntou quando viu a médica respirar fundo. Ela só fazia isso quando o assunto não era agradável, ele sabia.
-No meu ponto de vista, esse desmaio foi causado por exaustão. A pressão excessiva e o estresse causado nos últimos dias resultaram nisso.
-E o que mais?
-Chace, eu preferia falar a sós com ela.
-Não. –Deu de ombros. –Eu vou saber de qualquer maneira, então, fale logo.
-Senhora Crawford...
-Ele é irredutível, você sabe. –V disse vendo o marido deitar ao seu lado na cama. –Pode falar.
-Bem, eu analisei sinais e comparei fotos. Desde que eu cheguei, a senhora reclamou de dores, enjoos e sangramentos. Eu te achei diferente das fotos que já tinha visto no celular do Chace e resolvi olhar novamente e notei algumas pequenas mudanças no seu corpo.
-Victoria, vai direito ao assunto. –Chace resmungou e a porta do quarto foi aberta.
-Com licença, os exames que a senhora pediu. –Uma enfermeira disse se aproximando e entregando dois envelopes para Victoria.
-Obrigada Marta. –Sorriu. –Já volto. –Olhou o relógio de pulso. –O jantar deve chegar daqui a pouco, então, tire seus pés dai. –Bateu em Chace com os envelopes e saiu da sala.
-E meu diagnóstico? –V perguntou confusa.
-Ela volta. –A beijou levemente. –Só foi traduzir toda a papelada pra nossa língua, e então, vai voltar e dizer.
-E quando eu vou sair daqui?
-Quando o soro acabar. –Ashley se intrometeu. –Tem certeza de que não quer fazer o exame?
-Tenho.
-E se for grave?
-Vai sair no de sangue, não é?
-Nem sempre é assim.
-Aí Ashley, me deixa! Não vou abrir minhas pernas pra ninguém. Sempre que faço isso, saio machucada. –Disse beliscando Chace.
-Ei, eu não tenho culpa!
-Chace faz isso, Chace faz aquilo. –Desdenhou. –Ela não te chama de senhor Crawford não?
-Ah meu Deus, amor, esquece isso. É por isso que está exausta. E o pior é que é tanto estresse por nada.
-Por nada? Duvido! Se ela tem essa liberdade é por que você deu.
-Vocês duas são iguaizinhas. A gente fala pra ir pela direita e vocês dão a volta e voam! –Bufou. –Nunca vi mulheres tão teimosas.
-Eu sou sua esposa; não me compare com ela.
-Não comparei, apenas comentei. –A beijou na testa e viu a porta se abrir. O enfermeiro serviu a sopa e se retirou. –Boa sorte. –Fez cara de nojo.
-Se estou bem de saúde, pra que isso?
-É pra fortalecer, baby. –Ashley respondeu ajudando com a embalagem. –Você só comeu besteira ultimamente.
-Como sempre! –Disse pressionando o nariz e experimentando uma colherada. –Não é tão ruim.
-Claro. Você precisa comer coisas saudáveis e por isso os legumes. –Sorriu.
-Quer um pouco?
-É ruim, viu? –Riu. –Pode ficar.
-Idiota. E as meninas? –Perguntou antes de encher a boca novamente.
-Eu mandei mensagem avisando que estava aqui com você, mas não tive respostas.
-Será que viajaram?
-Demi falou algo sobre visitar a visitar a família e a Selena sobre ir pra Nova York; a Miley deve estar com a Tish.
-Os pais dela se acertaram, né?
-Sim. Ela está tão feliz. –Sorriu. –E logo vem a viagem pro Haiti e depois a turnê, então, ela está sem tempo.
-E a Nina?
-Falou que vem com o Alex logo pela manhã.
-Brigou com o Ian?!
-Não, ele está viajando pra algum lugar que eu esqueci.
-Estou chocada!
-E olhe que você só sumiu por uma semana, hein?
-Imagine se fosse um mês? –Riu e afastou o prato vazio. –Que sono.
-E seus exames?
-Quem garante que são meus? Pra acelerar o processo, ela precisa agilizar os que já estão na frente.
-Durma então. –Ashley disse se levantando da cadeira e beijou a testa dela. –Vou comer alguma coisa e aviso pra ela que você já dormiu.
-Até amanhã, falsa.
-Amanhã? Querida, eu vou dormir aqui. –Riu. –Até daqui a pouco, vadia.

[...]

-Psiu. –V sussurrou. –Ashley! –A morena abriu os olhos devagar e viu Vanessa debruçada na cama. –Vem cá.
-Que foi, maluca? Quer cair da cama?
-Me tira daqui. –Apontou pro marido.
-Quer fugir?
-Quero usar o banheiro. –Ashley concordou e tirou os braços de Chace de cima de Vanessa. –Soro maldito. –Resmungou.
-Já está acabando. –Observou. –Vou chamar a enfermeira.
-Depois. Vem comigo. –A puxou até o reservado e fechou a porta. –Você falou com o Zac, não foi? –Perguntou baixo.
-Como você sabe?
-Sua cara quando voltou entregou tudo.
-Eu achei que você estava dormindo!
-E eu achei que vocês não estavam se falando! –Retrucou.
-Não falei com ele em si, mas com o Alex que passou o recado. Ele está virado no cão! Te acha uma anta e eu concordo.
-Eu não tive escolha!
-Teve sim senhora, e na verdade, ainda tem! O que te prende ao Chace, Vanessa? A doença dele? Você poderia ajudar de longe.
-É diferente. –Bufou. –Preciso falar com o Alex antes que ele faça alguma besteira. –Estendeu a mão. –Me da o seu telefone.
-Achei que você ia usar o banheiro.
-E estou usando, não é?
-Pra fazer ligações!
-É uma utilização. –Deu de ombros e ouviu o telefone chamar.

-Me diz que ela morreu pra você me ligar à essa hora. –A voz sonolenta de Alex soou nos ouvidos de Vanessa.
-Ela no caso sou eu?
-Se não foi você, me diga que foi a Ashley.
-Ela está do meu lado vivinha.
-Se foi o seu marido eu vou desligar.
-Achei que vocês se davam bem.
-E eu achei que você tinha escolhido o Zac! –Bufou. –Você é maluca?
-Alex, eu posso explicar.
-Duvido.
-Ele está doente; muito doente.
-E dai? Quer a herança dele? O Zac também tem dinheiro.
-Alex, não seja ridículo. Eu não posso deixá-lo sozinho nos seus poucos dias.
-Vi muito os poucos dias dele nos flagras de vocês dois se pegando no parque. Super doente, com certeza. –Ironizou. –Aposto que até transaram depois.
-Alex, não é de agora. Ele tem coágulos no cérebro e uma doença sem cura no fígado. –Suspirou. –Ele me escondeu nesses anos e até me permitiu ir embora, mas eu preciso ficar. Apesar de tudo, eu o amo.
-Se ele te mandou ir embora, você está aí por que quer.
-Eu quero e não quero ao mesmo tempo. Na verdade, preferia está com o Zac agora, mas o Chace precisa de mim.
-Você está com ele por pena, Vanessa? –Alex questionou incrédulo. –Como você se sente dormindo com alguém por pena?
-Não é pena, eu o amo!
-Você o traiu! Traiu! Quem ama não trai não importa a situação.
-Eu não estou com ele por pena, eu juro.
-Então é por interesse na herança que ele vai te deixar.
-Você me conhece e sabe que eu não sou assim.
-É exatamente por isso que digo que é por pena. Isso é ridículo! Você é médica por acaso?
-A secretária dele é médica. –Disse revirando os olhos. –Pra você vê como eu fui enganada.
-Você está reclamando de ser enganada? E o Zac, não foi também?
-É diferente.
-Você sabe da verdade, não é?
-Sei e me sinto zangada com os dois por terem mentido pra mim, não importa o motivo. Doença ou medo, não interessa.
-E você está com o homem que ameaçou te matar, nossa, como você está zangada. –Ironizou. –O que tentou te proteger não vale nada, claro.
-Alex, você está complicando tudo.
-Você que fez a escolha errada, Vanessa. O cara ameaçou te matar, te raptou praticamente e você está aí transando com ele por pena. Tenha dó, viu? O Zac não merece você, isso sim.
-Não fala isso, por favor. Eu não tenho escolha, você não entende? –Questionou sentindo os olhos arderem. –Eu preciso ficar por que a minha consciência me obriga. Eu o traí, Alex, na sua própria cama. Ele só fez tudo aquilo porque queria minha companhia. Foi errado, ele sabe e assumiu, mas isso não significa que eu tê-lo traído foi certo. Ele me ama e eu transei com outro homem na cama que ele dorme. Você sabe o que é isso?
-Pena. –Disse friamente. –Você pode sentir o remorso que for, mas isso só acontece por que no fundo existe pena.
-Você não tem moral nenhuma pra falar algo se nem ao menos assume a sua namorada.
-Pelo menos eu não estou com ela por pena.
-Não é por pena. –Choramingou.
-É sim. Vocês poderiam ser amigos e você continuaria do lado dele o apoiando, e isso não seria pena, e sim retribuição de todos esses anos que ele cuidou de você. Porém, você continua casada mesmo tendo escolhido outro e isso só por que sente pena. Você vai sofrer mais com isso do que se estivessem separados, você sabe, não é? Duvido que sua consciência esteja tranquila.
-Por favor, não me torture.
-Estou sendo seu amigo, e você sabe disso.
-Mas isso magoa, e muito. Preciso de apoio e carinho.
-E você não vê o que eu estou fazendo? Estou dando o apoio que você realmente precisa; estendi a mão que você pode segurar enquanto pede o divórcio; a mão que vai te apoiar nos momentos que você se sentir sozinha.
-Alex, eu não posso.
-Pode sim, e eu vou te ajudar. Amanhã você se muda pra minha casa, ok? Depois da sua alta vocês conversam e você diz que não consegue mais viver assim.
-Mas ele...
-Ele vai entender.
-Tudo bem, vou tentar. –Fungou. –Você vem que horas?
-Cedo, assim que a Nina ficar pronta.
-Ela está dormindo com você? –Perguntou assustada.
-Mais ou menos. Quando ela se sente só, a gente combina de jantarmos e ela dorme no andar de baixo.
-Alex...
-Eu não sou o Zac pra ser o amante, Vanessa.
-Sabia que você me ofende assim?
-A verdade dói, não é?
-Dói. E sua misteriosa?
-Viajando. Nos vemos amanhã?
-Daqui a pouco na verdade. –Sorriu. –Obrigada, Alex. Por tudo.

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Hei hei hei. Se eu sofro com essa fic? Sim, eu sofro. Que dó gente. O que será que a Vanessa tem? Eu sei, vocês também sabem, mas só vou confirmar no capítulo que vem MUAHUAHUH. Ok, depois dessa risada maléfica eu me retiro com medo por que vocês me assustam, sério. Quanto ódio gente, de verdade, estou com medo de vocês hsuahsua. Anyway, a temporada encerra no capítulo que vem e depois, no meio da semana, eu vou mudar todo o designe do blogger e mexer em alguns capítulos antigos e deixar um aviso aqui falando sobre as postagens e essas coisas. See you soon, girls.
Xx

domingo, 22 de março de 2015

Capítulo 48

Vanessa acordou com um barulho na sala. Se sentou na cama e percebeu que estava sozinha no quarto. Esfregou os olhos e se levantou devagar. Sentia-se exausta apesar de ter dormido por horas. Depois de lavar o rosto no banheiro ela abriu a porta do quarto e se deparou com uma cena estranha. Chace estava rindo enquanto comia cereal em frente á Victoria que estava com um MacBook nas pernas cruzadas e ria junto com ele.

-Ahn, bom dia?! –Desejou um pouco enciumada.
-Bom dia senhora Crawford. –Victoria respondeu e Chace apenas acenou com a cabeça. –Quer café?
-Não, obrigada. O que vocês estão fazendo? Parece ser divertido. –Sentou-se ao lado do marido.
-Só estou contando a situação do escritório quando descobrimos que ele tinha viajado. –Sorriu. –Ele é, literalmente, a cabeça daquele lugar. Nunca vi tanta confusão como naquele dia. Até recebi ligações de alguns sócios querendo desfazer o negócio por que achavam que ele tinha abandonado tudo, e como ele não tem nenhum vice-presidente, a empresa ia pro buraco.
-Você poderia ser minha vice. –Chace disse e Vanessa arregalou os olhos.
-Ah, claro. –Victoria ironizou. –Não dou conta de ser secretária, quem dirá vice.
-Mas pelo que vi, até que se saiu bem na direção. Depois de destruir sua sala, é claro. Graças a Buda que eu tranquei minha sala, ou então, cadeiras voariam pelas janelas.
-Pelos buracos das janelas! Eu quebraria uma por uma, acredite. Só não fiz isso na minha por que eu gosto dela.
-Ah, gosta. –Riu. –Gosta tanto que nem usa.
-O refrigerador da sua é mais potente!
-Você nem liga o seu.
-Eu nem fico na minha sala, então, já é uma economia.
-Nossa, que econômica. –Riu e Vanessa se levantou. –Que foi?
-Só estou com fome. –Ela disse indo até a cozinha.
-Eu tomei liberdade e preparei o café e alguns sanduíches naturais. –Victoria avisou.
-É muito gentil da sua parte, mas eu não costumo tomar café.
-Chace me disse então eu fiz um suco de frutas com o que encontrei na geladeira. –Sorriu e V se controlou para não revirar os olhos.
-Obrigada. –Sorriu falsamente e voltou para o quarto com apenas uma maçã.
-Acho que ela não gostou de mim. –Victoria disse baixo.
-É apenas um mau humor matinal.
-Ah, claro. Ela quase me apedrejou da cozinha. Está mais para ciúmes do que mau humor.
-Pode ser. A Vanessa sempre foi a dona da casa e você chegou do nada me preparando o café?! –Sorriu. –Ela está se remoendo e eu sei que vou ouvir mais tarde.
-Boa sorte.
-Vou precisar.

[...]

-Ashley, ela é perfeita! No sentido real da palavra, totalmente perfeita e certinha. Se a Dana ou o Chris a conhecerem, estou mais do que perdida. –Confessou olhando os dedos.
-Ah, Vanessa, ela nem é tão bonita assim.
-Você mesma disse que ela era a Coca-Cola e todos os refrigerantes do mundo. –Bufou.
-Foi coisa do momento, baby. –Disse vendo a porta do quarto abrir e Victoria surgir com uma bandeja.
-Trouxe um lanche. –Disse se aproximando. –Batatas e suco natural.
-Mas batatas-fritas não fazem mal? –V questionou.
-Essas foram feitas sem óleo, só no vapor, por isso, não. –Sorriu. –Vou deixá-las sozinhas, com licença. –Victoria colocou a bandeja na cama e fechou a porta.
-Ok, ela é perfeita.



-Ashley!
-Vanessa, quem no mundo faz batata-frita não ser calórica? Me desculpe, mas eu vou virar amiga dela. –Sorriu mordiscando uma batata.
-Perdi você por miseras batatas. –Bufou.
-Baby, deixe de ser ciumenta. O Chace não está interessado nela, não percebeu ainda?
-Mas pode se interessar.
-Como? –Riu. –Eles se encontravam as escondidas e nunca rolou nada, pelo amor de Deus, né?!
-Quem garante que não aconteceu nada?
-Se tivesse acontecido você já tinha sacado. Quem não tem costume de trair sempre dá bandeira.
-O Scott te enganou por meses e você nem desconfiava.
-Por isso mesmo, costume. E de qualquer forma, a mulher era horrorosa e isso me magoou mais do que a traição em si.
-Ela continua sendo a Coca-Cola toda.
-Ah meu Deus. –Revirou os olhos. –Eu só comparei ela com a amante do Scott; ela é muito bonita e inteligente e até simpática, coisa que amantes não costumam ser. Você está sendo tola e pode começar uma briga por nada.
-Eles são muito próximos, Ashley, você viu. Estavam rindo e conversando na sala quando você chegou.
-E dai? Eles precisam ter uma boa relação, afinal, convivem juntos.
-Eu também convivo com ele e não é assim comigo.
-Você é a esposa, por favor, não se compare. Ela é a médica e a secretária dele, e nas duas coisas, é apenas uma empregada. Só pode agir com a permissão dele.
-Até parece. –Se levantou. –Ela faz o que bem entende, até eu percebi isso.
-Ok, ela faz, e você poderia se juntar a ela. Imagine, uma mandando em casa e a outra no trabalho? Ele morreria sem controle. –Riu.
-Você o odeia, não é?
-Não diria ódio, mas antipatia. Sou team Zac, baby, e sempre vou ser.
-E ele?
-Viajou. Eu não consegui falar com ele, e na verdade, isso é bom. Não vou me meter mais.
-Você quer que eu fale? –Perguntou assustada.
-Quem começou com isso foi você, não foi? Pois então termine.
-Odeio você.
-Contanto que eu possa continuar vindo aqui e comendo essas batatas. –V revirou os olhos. –Eu não deveria te ajudar, mas não suporto te ver assim. Olha, pra evitar confusão é só você sair em público com o Chace e se deixar fotografar. Simples. –Deu de ombros.
-Não quero magoá-lo.
-Você fez a sua escolha, e a propósito, eu vou devolver a sua aliança... quando eu achar ela.
-Ashley!
-Eu guardei em algum lugar na casa da Miley, só não lembro onde, desculpa!
-Quero tanto a aliança quanto o anel de noivado.
-Falando nisso, o que você fez com aquele que você usou em Islamorada?
-Eu nada. –Disse olhando o chão. –Mas o Zac jogou no mar.
-Ah meu Deus, o Chace morre se souber. –Gargalhou.
-Nem me fale. Ele adorava o anel, sério. Era o xodó dele por que é a primeira coisa que ele me deu.
-Vocês são loucos!
-Estávamos bêbados.
-Isso foi antes ou depois do sexo selvagem?
-Engraçadinha. –Negou com a cabeça. –Foi antes. –Suspirou. –O que eu estou fazendo, Ashley? Eu não devia mudar de ideia.
-Mas já mudou, Vanessa, é isso que você quer fazer; já fez na verdade. Só espero que você não se arrependa.
-Nem eu.

[...]

-Não, não, não, não e não. –Miley disse batendo o pé. –Eu não vou devolver merda de aliança nenhuma! Ela que faça outra.
-Baby, não é da nossa conta. Se ela quer fazer isso, que faça. Só podemos apoiá-la e preparar nosso ombro pra quando ela chorar.
-Ela vai sofrer, Ashley. Já está sofrendo na verdade. Quando o Zac souber... Você acha mesmo que ele vai aceitar calado e se afastar? Se ele contou é porque chegou no limite.
-Eu não quero nem vê quando a bomba da traição explodir. E o pior é que eu duvido que tenha rolado algo entre o Chace e a empregada.
-Ela é bonita?
-Maravilhosa. Educada, simpática, inteligente, culta... É a mulher perfeita pra ele, sério. Entende de negócios e sabe como cuidar dele e controlar essa doença sem tratamento que ele tem.
-Você disse hepatite, né? E é contagiosa?
-Ela me disse que não, e eu fiz umas pesquisas. De qualquer maneira, é grave e ele precisa de atenção.
-A Vanessa sabe que você me contou?
-Sim; ela me pediu pra contar pra poucas pessoas por que não quer ninguém dizendo que eles voltaram por pena.
-E o Zac está incluído nessa lista?
-Não, por que ela está com o Chace por pena e ele vai sacar na hora.
-E você acha que o Alex não vai contar?! –Riu debochando.
-Ela mesma vai explicar pra ele, e vai por mim, ele vai ser o único que vai dizer na cara dela que é por pena.
-E eu também vou!
-Miley, ela não precisa disso.
-Ela merece isso! Ela brincou com o Zac.
-Ela não fazia ideia. Poxa, pensa comigo: você se dedicou e amou um homem por anos e descobre que ele está morrendo?
-O casamento foi uma farsa, baby. Se ele não tivesse ameaçado o Zac, eles nunca tinham ficado.
-Mas aconteceu e eles ficaram, e mesmo sendo uma relação forçada, ela está apaixonada por ele.
-Só que ela não o escolheu porque o ama, e sim, por pena. Se fosse assim tão apaixonada por ele, nem tinha cogitado voltar com o Zac.
-Eu penso como você, pode acreditar, mas não vale a pena discutir. Precisamos ajudá-la por que a Victoria me disse que tem muita coisa enterrada nessa história.
-Ele não passando AIDS pra ela, não me importo.
-Miley!
-Ashley! –Revirou os olhos. –Eu não vou mover um músculo pra procurar esses anéis. Se quiser, a casa é sua.
-A ideia de tirar dela foi sua.
-E a de esconder, de quem foi?
-Sua também!
-Mas quem escondeu?
-Argh!

[...]

-Se sente mal, Vanessa? –Victoria perguntou vendo-a se apoiar no sofá.
-São só dores bobas.
-Não acha melhor ir no médico?
-E ela vai. –Chace disse saindo do quarto. –Segunda-feira bem cedo.
-Você tem consulta marcada.
-E você também!
-Não vou deixar você ir sozinho; não mais.
-Pelo menos eu sei o que eu tenho.
-Ah, Chace, não me amole. São apenas cólicas.
-Você não tem mais idade para ter cólicas desnecessárias.
-Não sou tão velha assim, e de qualquer forma, estou com a menstruação desregulada.
-Isso eu já sei. O que me preocupa é o motivo.
-Parei de tomar o anticoncepcional por um tempo e depois voltei, apenas isso.
-E as dores?
-Não são tão inusitadas assim; você sempre me machucou.
-Nem sempre.
-Não me enche. –Bufou e tentou voltar pro quarto. –Me deixa passar.
-Você precisa ir no médico.
-Eu vou depois de você.
-Vanessa...
-Ah, Chace, eu já sou bem grandinha pra cuidar de mim mesma.
-Não parece. –Ela o empurrou e se jogou na cama. –Eu falo isso pro seu próprio bem.
-Eu sei, mas não quero ir. –Respirou fundo antes de continuar. –E se for grave?
-Não podemos tirar conclusões precipitadas. –Disse a virando para si. –E se por acaso for, o que não sabemos, nós buscamos tratamento.
-E se eu não puder engravidar?
-Nada é impossível, sem contar que acho isso muito difícil. Você já engravidou antes.
-E perdi.
-Mas o médico nunca falou que perdeu sua capacidade de engravidar. Você está bem, eu sei que sim. Deve ser apenas problemas hormonais causados pelo estresse recente e a confusão com o anticoncepcional.
-É, mas de qualquer forma, eu não vou.
-Vanessa!
-Você já ficou sem sexo antes, pode muito bem ficar agora.
-Você é chatinha, viu? –Ela o empurrou e se cobriu. –Vai ficar trancada aqui o dia todo?
-Quer que eu faça o que? Fique olhando você e sua médica falando de coisas que eu não entendo? Dispenso.
-Se eu não te conhecesse, diria que está com ciúme.
-Ah, vai a merda, Chace. –Cruzou os braços.
-Eu amo você, querida.


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Gente, quanto ódio no coração hahahahah. Juro que fico feliz por não ser direcionado a mim e sim aos personagens (aqueles kkkkk). Anyway, eu tenho uma ótima notícia: A temporada está finalizada nos rascunhos e tenho até um bom começo pronto, ou seja, postagens mais rápidas!!!!! Agradeço aos comentários e digo que li todos e quase chorei de tanto rir aqui. Sério, vocês me assustam :emoji olhos: Girlsss, a fic acaba no capítulo 50 mesmo e eu mal posso esperar por isso. Como prometi, um spoiler prontíssimo do capítulo que vem, já que esse é mamão com açúcar.


******************SPOILER******************
-Você está com ele por pena, Vanessa? –Alex questionou incrédulo. –Como você se sente dormindo com alguém por pena?
-Não é pena, eu o amo!
-Você o traiu! Traiu! Quem ama não trai não importa a situação.
******************SPOILER******************

Então, aguardem por um mini barraco no capítulo que vem, e preparem uma pipoca para o capítulo 50 que terá um barraco MONSTRO! Sim, quero deixá-las curiosas por que eu sou dessas, sorry not sorry!
Xx

PS: QUERO DIVULGAR NOVAMENTE MEU BLOG COM A MARGARIDA OLIVEIRA. Como o Dia e a Noite está atualizadíssima girls, por isso, vão lá se deliciar. Está na segunda temporada, mas acreditem, vale a pena ler a primeira, até por que não são capítulos monstros (pelo menos, não de linhas, porque de emoções, meninas, se segurem). Leiam e comentem, juro que vale a pena.

sexta-feira, 20 de março de 2015

Spoiler capítulo 48

Hei hei hei, quem quer spoiler? A primeira temporada deve acabar no capítulo 50º por aí, por isso, preparem o coração. Esse capítulo está bem mamão com açúcar por que o próximo vai vim bombando. Enjoy girls!


******************SPOILER******************
-Você o odeia, não é?
-Não diria ódio, mas antipatia. Sou team Zac, baby, e sempre vou ser.
-E ele?
-Viajou. Eu não consegui falar com ele, e na verdade, isso é bom. Não vou me meter mais.
-Você quer que eu fale? –Perguntou assustada.
******************SPOILER******************

Nem preciso dizer que é uma conversa entre Vanessa e Ashley, né? Como o capítulo está uma brisa do mar, eu vou tentar postar um spoiler do capítulo 49 pra vocês no final do próximo capítulo. Nos vemos amanhã, girls, ou sábado? Vocês que escolhem haha.
Xx

sábado, 14 de março de 2015

Capítulo 47

Chace acordou num sobressalto. O pesadelo retornara, mas dessa vez, ele via o cadáver da esposa. Olhou ao redor e lembrou-se aonde estava: hospital. Vanessa estava encolhida num sofá há poucos metros da cama. Parecia incomodada com o sonho, porém não dava sinais de que iria acordar. Levantou devagar e a pegou no colo, trazendo-a para a cama.

-O que você pensa que está fazendo? –Ela questionou de olhos fechados. –Me solta, me larga. –V continuava de olhos fechados e ele constatou que ainda estava dormindo. –Me solta, Zac.
-Está tudo bem, amor, está tudo bem. –Deitou-se do lado dela e beijou-lhe os cabelos. –Estou aqui com você.
-Não posso continuar com isso, me desculpa, eu só...
-Shiii, está tudo bem.
-Amo os dois, entenda. –Chace gelou e V começou a choramingar. –Não posso fazer isso, Ashley, me ajuda. A secretária e ele... eu vi, Ashley!
-Amor? –Beijou-lhe os olhos e ela resmungou antes de abri-los. –Está tudo bem?
-Onde estou? –Olhou ao redor. –Porquê você me trouxe para a cama? Está se sentindo mal?
-Estou bem, só tive um pesadelo.
-Você está suado. –Disse pondo as mãos no rosto dele.
-Estou bem. –Repetiu. –E você? Parecia nervosa.
-Eu disse alguma coisa?
-Sim. –Suspirou. –Sonhou com o quê?
-Coisas desagradáveis, prefiro não comentar. –Respondeu tentando sair da cama, mas ele a impediu. –Chace, por favor. Não podemos dormir juntos.
-E porquê não?
-Estamos num hospital!
-E daí? A cama é grande e eu quero sentir seu calor.
-Você está com febre, baby. Vou chamar a enfermeira.
-Não, por favor. Já tomei remédios demais por hoje.
-Mas sua febre...
-Não é importante.
-Você é tão teimoso!
-Aprendi com a melhor. –A puxou para um beijo. –Por favor, durma comigo.
-E amanhã de manhã quando nos verem?
-Não tem problemas; o quarto é particular.
-Mesmo assim.
-Eu digo que te obriguei, tik he? –Ela negou com a cabeça. –Por favor, amor. –Fez bico e ela revirou os olhos. –Te amo tanto, por favor.
-Ok, eu durmo, mas nada de gracinhas.
-E porquê não? Só uns beijinhos. –V o beliscou.
-Estou com problemas, não lembra?
-E dói?
-Sim, um pouco.
-Você precisa de um médico.
-E você também.
-Vanessa, é sério. Estou ficando preocupado com você.
-Eu já marquei uma consulta para segunda-feira que vem.
-E porquê não amanhã?
-Não tem vagas.
-Amor...
-Não estou mentindo, e fim de conversa; não vou em outra que não seja minha médica. Agora vamos dormir o resto da noite que ainda nos resta. –O abraçou e fechou os olhos. –Te amo.
-Eu também te amo.

Ele adormeceu minutos mais tarde, mas para Vanessa, o clima era outro. Não sentia mais sono apesar dos músculos estarem pesados e tensos; precisava pensar. O médico disse que dependendo dos resultados, Chace receberia alta logo pela manhã. Ele também tinha dito que era apenas uma gripe que ficou mais forte com a imunidade baixa, mas que com alguns analgésicos e antitérmicos, tudo ficaria bem.
Suspirou e se levantou devagar. Ele parecia tão cansado que nem notaria a falta dela. Resolveu ir até a cantina do hospital para tentar comer alguma coisa. Por mais estranho que parecesse, os corredores dos hospitais ficavam mais animados durante a madrugada do que em qualquer outra hora do dia.
Conversou rapidamente com as duas enfermeiras que estavam responsáveis pelo marido e comprou uma porção pequena de lasanha e um suco natural. Comeu sem vontade alguma já que na ultima vez que tinha comido lasanha, tinha sido na casa de Zac, durante um jantar romântico que acabou em sexo. Ela tinha sonhado com a noite compartilhada em Islamorada e decidiu recriar toda a cena. Z não estava a vontade no início, mas depois a testosterona fez a sua parte e eles transaram, mas como na noite na ilha, ela não se lembrava se tinham usado camisinha. Provavelmente sim, mas por precaução, novamente ela tomou as pílulas do dia seguinte.
Vanessa olhou ao redor e respirou fundo; o telefone que ficava no final do corredor parecia gritar seu nome e os números saltar para o chão. A coragem pareceu tomar conta de V e ela se levantou: estava decidido, iria telefonar. Jogou o resto da comida no lixo e tirou algumas moedas do bolso da calça. Com as mãos trêmulas apertou os números e esperou e esperou... O que ela estava pensando, afinal? Eram três horas da manhã! Ah, mas ela ia deixar tocar. Tinha colocado cinco moedas.

-Seja quem for, acho bom ser caso de vida ou morte. –Ashley atendeu sonolenta.
-Baby, sou eu!
-Vanessa?! –Perguntou surpresa. –Meu Deus, o Chace morreu?
-Não, Deus me livre. Eu só queria conversar.
-Droga, Vanessa, você sabe que horas são?
-Eu sei, me desculpa, mas é que eu estou tão sozinha aqui.
-Não me chamou pra ficar com você porque não quis.
-Eu sei, desculpa. –Respirou fundo. –Provavelmente o Chace vai receber alta pela manhã, então, quer almoçar com a gente?
-Só porquê estou precisando puxar a sua orelha. –Bufou. –Que merda você pensa que está fazendo, Vanessa Anne?
-Me desculpa, por favor. Não posso fazer isso com ele desse jeito.
-E quando você vai fazer? Já pensou na hipótese dele não melhorar nunca?
-Ele precisa melhorar ou não vai acontecer.
-E você é enfermeira por acaso? Prefere passar o resto da vida cuidando de um moribundo do que viajando com o amor da sua vida?
-Ele me ama tanto que até me largou, não foi? –Ironizou magoada. Todos pareciam só ver os defeitos de Chace, mas esqueciam que quem a abandonou primeiro foi Zac.
-Não comece com isso.
-Ele precisa me contar o motivo, Ashley.
-Esquece o passado, Vanessa, é o melhor que você faz.
-Não, e se ele não me contar, aí eu acabo de vez.
-É a coisa mais estúpida que você poderia fazer em toda a sua vida, vai por mim. –Suspirou. –Nos encontramos no Paty's as 12h?
-Sim, pode ser.
-Tchau, Vanessa.
-Ashley?
-Sim? –Suspirou já sabendo o que Vanessa iria perguntar.
-Como ele está?
-Quer a verdade? Pois lá vai: péssimo, horrível, se sentindo um lixo, apenas um brinquedo que você usou para aplacar seus desejos e depois jogou fora. –V sentiu o ar faltar. –Eu sei que você o ama, e ele também sabe, porém isso não muda nada. Estou lutando para ajudá-lo a se equilibrar nessa corda bamba entre te odiar e te amar, e acredite, ele está querendo pular de cabeça no lado do ódio.
-Ashley, me ajuda por favor.
-Mais do que estou fazendo? Vanessa, decida logo o que você quer.
-Eu já decidi, você sabe.
-Será que sei?
-Eu... –A ligação foi interrompida. V bufou e recolocou o telefone no lugar.

[...]

-Então é isso, senhor Crawford. Pode ir para casa.
-Muito obrigado Dr. Drake. –Chace agradeceu estendendo a mão. –Vou seguir a risca suas recomendações.
-Senhora Crawford? –V apenas o olhou. –Cuide bem dele, viu? Tenho certeza de que a senhora é a sua grande motivação. –Ela sorriu sem graça e o médico se retirou.
-Você está bem? –Chace perguntou trocando de roupa.
-Sim, só estou cansada. Não consegui dormir muito.
-Acredito que a culpa foi minha; me desculpe, sim?
-Está tudo bem. –O beijou rapidamente. –Prometi pra Ashley que íamos almoçar juntos hoje.
-Você que sabe, anjo. –Sorriu e checou as notificações do celular. –Ah, droga.
-O que foi?
-Victoria me ligou algumas vezes e eu não vi.
-E não mandou mensagens dessa vez?
-Um e-mail. –Respondeu guardando o celular. –Vamos.
-Não vai ler?
-Depois. –Ela o puxou. –O que foi?
-Acho melhor você ler e responder aqui mesmo, assim, evitamos uma viajem. –Ele a olhou sem entender. –Dependendo do conteúdo e da sua resposta, eu acabo com você. –Sorriu cinicamente e ele riu.
-Estava demorando para começar com esse ciúme estúpido. –Negou com a cabeça. –Vamos? Ainda temos tempo para passear antes do almoço.
-O médico disse que você precisa descansar.
-Só um pouquinho, amor, por favor. –A abraçou fazendo bico.
-Ok. seu manhoso, mas só um pouquinho. Depois, cama!
-Adorei a ideia. –Disse maliciosamente e Vanessa revirou os olhos.

[...]

-Christopher Chace Crawford, o que diabos é isso? –V questionou jogando um travesseiro nele.
-O que foi? –Perguntou fechando a porta do quarto.
-O que foi?! Ah, vou te falar o que foi. –Disse encarando o aparelho que tinha nas mãos. –Querido chefinho, é com um imenso prazer que te aviso que estou a poucos minutos do LAX. Como? Muito simples: remarquei a passagem da Grécia para Los Angeles. –Chace fechou os olhos com força. –Poderia fazer o favor de me buscar no aeroporto ou preciso ligar para a sua esposinha e contar nosso real relacionamento? Abraços, Victoria.
-Vanessa...
-Tem mais. –O interrompeu. –Ps.: Mal posso esperar para vê-lo. –Sorriu sentindo os olhos arderem e ela jogou o celular nele com toda a força. –Eu odeio você! Como você pode fazer isso comigo?
-Não é o que parece, pelo amor de Deus, se acalma.
-Como não é o que parece? Ela desdenhou de mim, Chace, por isso não negue.
-Quando, Vanessa? Se for pelo esposinha, ela também desdenhou de mim com chefinho.
-Ah, vai me dizer que não gosta que ela te chame assim? Com certeza é um apelido que vocês usam naquela hora. Chefinho, secretáriazinha e... argh, eu tenho nojo de você!
-Pare com isso agora Vanessa Crawford! Se quiser, nós vamos no aeroporto e você vai vê que não é o que você pensa que é.
-Ah, mais é claro que você está louco para vê-la, não é mesmo, chefinho?
-Ela só fez isso pra me irritar, e eu te disse que ela está irritada com minha viagem. Com certeza esse "mal posso esperar para te ver" foi uma ameaça.
-Qual é a amante que quer vê "seu" homem com a esposa? Tenha dó, eu não vou presenciar vocês dois trocando carinhos.
-Vanessa, você está sendo ridícula. Eu já disse que não tenho nada de íntimo com Victoria e nem pretendo ter.
-E a ameaça da ligação? Qual é o real relacionamento de vocês, posso saber?
-Pergunte pra ela, afinal, foi ela quem falou isso. Vamos comigo, por favor. –Estendeu a mão. –Prometo que tudo vai ser esclarecido e você vai vê que não é isso o que você acha que é.
-Não quero vê vocês dois se reencontrando. Vá sozinho e aproveite para ficar com ela. –Enxugou os olhos, mas logo sentiu seu corpo sendo empurrado para a cama. –Me largue.
-Eu já disse que não tenho nada com ela, nunca tive e nem quero ter. –A beijou, mas ela mordeu-lhe o lábio. –Vanessa, eu te amo, por favor, acredita em mim. Você sabe que é o amor da minha vida, por favor, para com isso e me escuta. –Ela se debatia debaixo dele. –Por favor, baby, me deixa te mostrar que está enganada.
-Não, me deixa ir embora.
-Nunca. –A abraçou com mais força. –Não desse jeito. Por favor...
-Tudo bem. –Ela sussurrou tão baixo que Chace não sabia se era coisa da sua cabeça ou se ela mesma tinha dito. –Eu vou com você, mas me deixe arrumar minhas malas.
-Porquê?
-Precaução.
-É perca de tempo.
-Prefiro me prevenir.
-Promete que não vai tentar fugir?
-Não prometo nada.
-Então não saio de cima de você.
-Azar o seu; vai perder a chegada da sua secretáriazinha. –Tentou empurrá-lo. –Você está me machucando.
-Quem me machuca com essa desconfiança é você. –Suspirou. –Já dei algum motivo pra você pensar isso de mim?
-Não se faça de vítima; esse e-mail foi bem comprometedor.
-Eu já expliquei que ela está querendo me irritar, e para me afetar, usou você.
-Pois conseguiu. Sai de cima de mim, Crawford! Está me machucando de verdade.
-Me promete que não vai fugir de mim?
-Já disse que não prometo nada.
-Pois não saio.
-Você está me machucando! –Se debateu. –Seu ossudo pesado.
-Eu amo você.
-Sai de cima de mim. –Chace a olhou desconfiado e obedeceu.

Vanessa sentou na cama tentando arrumar os cabelos; quando ele virou as costas para apanhar o celular que estava no chão, ela tentou correr até a porta.

-Não! –A puxou pelo pulso e a jogou na cama novamente.
-Me deixa ir.
-De jeito nenhum. –Trancou a porta e guardou a chave no bolso. –Você só sai daqui comigo.
-Isso é sequestro.
-Vanessa, por favor, facilita as coisas para nós dois. –Se ajoelhou na frente dela. –Te suplico, por favor. Vem comigo e tudo vai ser esclarecido.
-Eu vou arrumar minhas malas e colocar no carro. –Disse se levantando. –Se for o que parece ser ou algo semelhante, eu pego o primeiro voo pra Salinas e dou entrada no divórcio, fique ciente disso.
-Tudo bem, mas nada de fugir antes da hora.
-Por via das dúvidas, vou pedir pra Ashley me acompanhar.
-Da tempo de irmos buscar a Victoria e levá-la para o Paty's para conversamos. Ashley pode ser a sua testemunha.
-Prefiro que ela vá comigo ao aeroporto.
-É melhor ela esperar no restaurante, não acha? Assim ela fica com o carro dela.
-Você está me enrolando. –O empurrou e tirou as malas do armário. –Se aconteceu algo entre vocês, eu juro de pé junto, aqui e agora, que mudo minha concepção e tiro tudo o que você tem: casas, carros, empresa; tudo mesmo! Te deixo na ruína, Crawford.
-Aceito de boa vontade, até porque, tenho minha consciência tranquila em relação a isso.
-Ah, claro. Não se lembra de quando me contou dos chifres que pôs nas suas ex's?
-Não era bem assim. Eu avisava que estava com vontade de ficar com uma pessoa, e bem, elas levavam na brincadeira ou me xingavam. O erro foi delas.
-Claro, até porque é comum um namorado te ligar avisando que vai beijar outra pessoa que não é você, com toda a certeza. –Ironizou colocando as roupas na mala.
-Eu não avisava que ia beijar, eu só falava que estava com vontade. A reação delas que me incentivavam por que em primeiro lugar: duvidar de mim é a pior coisa que alguém pode fazer; e em segundo: nunca tente mandar em mim.
-Certo, senhor "posso-tudo-ninguém-manda-em-mim". Leve minhas malas para o carro.
-Mas você deixou metade das roupas.
-Essas roupas foram presentes seus, então, passo.
-Vanessa...
-Deixa pra Victoria.
-Não seja ridícula. –Disse procurando um casaco. –Mas é bom que você deixe aí mesmo, assim, já economiza o trabalho de guardar de novo.
-Veremos.

O caminho até o aeroporto foi bastante silencioso e tenso. Por horas, Vanessa queria saltar do carro em movimento, e em outras vezes, desejava que o aeroporto fosse mais perto para acabar logo com a situação. Sabia que o velho Chace não seria capaz de traí-la, mas e o novo?! Ele tinha que vir com algum defeito e não estranharia se fosse esse. Claro que o fato dela mesmo já o ter traído a deixava receosa com a situação.
A aqueles que dizem que chifre trocado não dói, mas seria ela capaz de suportar uma traição mesmo tendo traído também? Será que o novo Chace aceitaria ela depois de descobrir o seu romance com o ex? Ela queria realmente voltar com ele ou estava com pena? Sabia que o amava, mas isso não impediu a traição. "O amor de vocês está frágil. Ele já o quebrou antes e você soube recuperá-lo, mas será que ele vai querer isso?" As palavras que aquele pastor disse na ultima reunião estavam apitando na mente dela como sirenes de bombeiro.
O carro parou num solavanco e ela olhou ao redor. Tinham chegado e Chace suava frio.

-Com medo do encontro da sua amante comigo? –Provocou.
-Tenho coisas mais importantes e reais para me preocupar. –Chace disse saindo do carro.
-Como o que? Ela grávida?
-Aquela ali? –Riu. –Duvido.
-Ah, vocês se protegem?! Bom saber.
-Vanessa, você vai sentir tanta vergonha disso depois. Sério, você está sendo ridícula.
-Eu queria muito que isso fosse verdade.
-Para que? Arranjar a desculpa perfeita e se divorciar?
-Não preciso de desculpa nenhuma.
-Ah, Vanessa, me poupe. Você não tem coragem nenhuma para pedir o divórcio, aja o que houver.
-Você duvida?
-É a realidade. A pior coisa que eu poderia fazer é ser o culpado pelo aborto e não foram só um, foram três! Tenha dó, é mais fácil eu pedir o divórcio do que você.
-Se você pensa assim, problema seu. –Bateu a porta com força e seguiu-o até o portão de embarque em silêncio. –Como ela é?
-Como assim?
-Se parece comigo ou não?
-Eu não achei.
-E quem achou?
-Josh, mas ele só te viu por foto. De qualquer forma, eu não acho nem um pouco. –A puxou para um abraço. –Lá no fundo, eu acho fofo esse seu ciúme.
-Não é ciúme.
-Ah, não. –A beijou na testa. –Avisou pra Ashley que vamos demorar um pouco?
-Sim, e ela disse que já mandou prepararem as facas. Fique esperto, Crawford. É hoje que você pode ser capado.
-Vocês são do século XVII? –Riu.
-Posso ir comprar um café? –Chace a olhou desconfiado. –Prometo que não vou fugir. Só estou com frio.
-Compre para mim também, e fique ciente de que se você demorar mais do que cinco minutos, eu faço a segurança desse lugar te achar nem que seja debaixo da terra.
-Dramático. –Revirou os olhos e se afastou.

Chace olhou ao redor e respirou fundo; o confronto seria inevitável. Victoria deveria estar louca por conta da confusão da empresa e da sua saúde, e isso só pioraria quando descobrisse que ele foi internado. Vanessa com certeza levaria o escândalo para o lado pessoal e tentaria se afastar. Ele riu sozinho. Achou ridícula a ameaça dela em relação ao divórcio.

-Christopher Chace Crawford seu maldito! –A voz zangada de Victoria ecoou pelo salão do aeroporto e ele engoliu em seco antes de se virar. –Que diabos você pensa que está fazendo? O que diabos você fez? Você queria se matar? Era só pedir que eu mesma faria isso. Você está horrível, um morto-vivo e o pior é que eu ainda me sinto culpada por isso. Na próxima vez eu não libero nem mesmo o dinheiro para suas contas, está me ouvindo?

-Olá Victoria, como vai você? Está diferente; cortou o cabelo?
-Vou cortar é a sua garganta. –O empurrou. –Você pirou? A empresa está de cabeça para baixo, um verdadeiro caos!
-É, fiquei sabendo que você destruiu o seu escritório. Vou descontar do seu salário. –Avisou.
-Oras, e eu me importo? Você tinha que ter me avisado, sabes muito bem disso. Eu deveria esganar você! Acha que eu sou as outras empregadinhas que você pisa e depois cospe em cima? Eu deveria arrancar os seus cabelos e furar seus olhos com meus saltos!
-Fale baixo, está atraindo uma platéia.
-Que se dane todo mundo, eu vou matar você, seu maldito miserável. Me diz: valeu a pena? Mas é claro que não! Acha que eu não sei que você se internou por infecção? Eu disse que ia acontecer, não disse? Seis meses sem viajar, você sabia muito bem disso, mas é claro que você não se importou e quando eu virei as costas, saiu correndo para vir encontrar sua mulher que está se lixando pra você.
-Nossa, que barraqueira. –V disse se aproximando. –Achava que você preferia as mulheres com classe, Chace.
-Eu te avisei que ela estava zangada.
-Essa é a sua esposa? –Victoria perguntou analisando Vanessa de cima a baixo. –Bom saber. Vou adorar ter uma conversinha com ela.
-Você não se atreva! –A puxou pelo braço.
-O que eu tenho a perder? Acho que nada, certo? Já você meu querido, vai perder os cabelos. Eu juro que vou arrancar fio por fio se não me soltar agora.
-Eu posso te demitir.
-Não me importo nem um pouco. O dinheiro que você me deu já me garante o resto da vida. –Puxou o braço. –Vida essa, que você está perdendo pouco a pouco por não saber me obedecer.
-Escuta, casal, vocês vão ficar nessa DR por muito tempo? –V questionou cansada. –É que eu tenho mais o que fazer.
-Casal? –Victoria questionou olhando para Chace.



-Coisas da cabeça da Vanessa.
-Então você ainda não contou pra ela? Ah, que idiota que eu sou. Claro que você não contou; e eu no avião com uma pontinha de esperança que chegaria aqui para acalmar os nervos dela.
-E precisam me contar sobre o caso de vocês? –V perguntou dando o café ao marido. –Eu dispenso. Vamos?
-Chace, você conta ou conto eu!
-Depois falamos sobre isso, Victoria.
-Não, de jeito nenhum. Não quero que a sua esposa me veja como a amante, eu não sou sua amante, apenas trabalho em dois empregos distintos pra você.
-De secretária e prostituta, eu já sei.
-Vanessa! –Chace a olhou abismado.
-O que? Ah, era segredo, desculpa. –Chace negou com a cabeça. –Vamos ou não?
-Vamos. Victoria, depois conversamos.

Vanessa assumiu a direção até o Paty's mesmo com Chace reclamando. A cabeça dela estava a todo vapor e as vezes ela acelerava mais do que deveria, assustando o marido e a secretária. Estacionou e encarou os dois.

-Me façam um favor? –Pediu e continuou sem esperar pela resposta. –Se forem conversar, tenham a decência de se afastar discretamente, certo? Obrigada.
-Senhora Crawford...
-Não falo com amantes.
-Eu não sou amante, eu sou a...
-Não quero saber. –Saiu do carro e atravessou a rua. –Baby! –Abraçou Ashley.
-O que aconteceu?
-Ela é linda, Ashley, linda! Morena dos olhos castanhos, só que mais alta do que eu.
-Eles assumiram?
-Não, e duvido que façam isso. Ela disse que não é amante, mas o jeito que ela explodiu no aeroporto, nossa, nem eu faria aquilo. Ela gosta dele, é obvio.
-E ele gosta dela?
-Não sei. –Choramingou. –Ela parece ter tudo o que ele aprecia numa mulher: beleza, elegância, inteligencia e sensatez. Apesar de ter feito um escândalo quando o viu, eu percebi que ela é bastante culta e fina.
-Eu não acho que ela deve ser essa Coca-Cola toda, mas... Ok, ela é essa Coca-Cola e todo os refrigerantes do mundo. –Ashley disse vendo-os se aproximar. –Ela tem quantos anos?
-Mais do que eu, obviamente. Nora perfeita. –Ironizou.
-Baby, pelo menos ela é bonita. O Scott me traiu com um tribufu que deu até dó.
-Eu não traí a Vanessa. –Chace disse se sentando.
-Duvido muito, mas tudo bem, eu entendo. Ela é linda; pena que é vagabunda.
-Oh Buda, eu já disse que não sou amante dele, apenas uma funcionária. –Victoria bufou.
-Ela é persistente. –Ashley admirou. –Ok, senhora funcionária, me conte sobre você.
-Eu tenho vinte e quatro anos, filha única, solteira, formada em me...
-Cala a boca. –Chace mandou.
-Você quer mesmo continuar a esconder? Sério? É obvio que ela não vai voltar pra casa com você até descobrir a verdade.
-Victoria...
-Crawford, me escute pelo menos uma vez na sua vida.
-Casalzinho, o que eu pedi lá no carro?
-Ah, Vanessa, me poupe. Se você quer tanto saber, vai ser assim. –Chace disse puxando Victoria para um canto afastado do restaurante.

-Você vai contar? Mesmo? De verdade? –Victoria perguntou surpresa.
-Não, você que vai, mas não tudo. Só conte que tenho um problema no fígado, porém não a gravidade.
-Crawford, é melhor contar tudo.
-Não, eu não vou fazer isso; não quero a pena dela.

-Ashley, ele vai contar a verdade. –V engoliu em seco. –Eu não sei se quero a verdade.
-Vanessa, relaxa. Só senta e espera. –Disse a abraçando. –Ou então nós podemos sair correndo, vamos. –Ashley disse apressada.
-O que foi? Quem você viu?
-Ninguém, só olha pra baixo.
-Olha só quem eu encontrei por aqui. –Ela ouviu a voz de Z atrás dela e estremeceu. –As duas que eu estava procurando.
-Zachary, não é uma boa hora.
-Eu acho que é a hora perfeita, Ashley. É tudo ou nada; agora ou nunca.
-Não, agora não. O Chace está...
-Aqui?! Ah, mas eu adoraria falar com ele.
-Por favor, não. –V pediu.
-Você está mesmo reconsiderando, não é?
-Não é isso, é que eu só preciso de tempo.
-Para que? Tentar fazer ele desistir de você? Isso nunca vai acontecer, Vanessa, e você sabe disso.
-Eu sei, só preciso que ele melhore para poder...
-Pedir o divórcio? Duvido! Ele é louco e não vai te deixar ir nem se você implorar. Pelo menos não viva.
-Ele não é psicopata, Zac.
-Eu diria sociopata.
-Zac! –Ashley deu um pulo.
-Ela não quer tanto saber a verdade?
-Mas...
-Eu disse que iria contar.
-Que verdade? –V perguntou encarando os dois.
-Você quer saber o porque de eu ter te "largado" como você diz, não é? Seu marido teve uma grande influência nisso.
-Eu sei disso. –Disse dando de ombros. –Ele me acolheu e cuidou de mim.
-Você nunca estranhou o acolhimento tão rápido dele?
-O que você quer dizer?
-Eu nem tinha terminado de fechar a porta depois de te expulsar e ele já estava virando a rua, apesar de morar quase do outro lado da cidade. Você nunca pensou nisso?
-Ele me disse que estava de passagem, e de qualquer forma, a rua é pública e ele pode ir e vir quando bem entender.
-Sim, mas justamente na minha rua quando eu terminei com você?
-O que você está insinuando? Que ele me seguia, é isso?
-Não estranharia já que ele sabia que íamos nos ver, e de qualquer forma, ele não estava só de passagem. Até me fez uma visitinha minutos antes de você chegar.


#Flashback#

-Ah, é você. –Z disse assim que abriu a porta e o viu parado. –Posso ajudar em alguma coisa?
-Pode sim. –Chace disse sorrindo e entrou na casa. –Seus pais estão viajando, correto?
-Sim, mas como soube?
-Um passarinho me contou. –Sorriu e olhou ao redor. –O que eu tenho pra falar é rápido.
-Espero; tenho um compromisso e...
-Vai levar a Vanessa no cinema, eu sei. É a respeito dela mesmo que eu quero conversar e espero que você coopere comigo.
-Se for sobre aquele nosso desentendimento por você ter cercado ela apesar de ter namorada e ela também, esquece isso, já passou.
-Não é bem sobre isso, e a propósito, terminei com a Alicia há um mês. –Disse se sentando. –Eu quero que você termine com a Vanessa.
-O quê? –Gargalhou. –Ah, ok, com certeza eu vou fazer isso.
-Estou falando sério, Efron. Você vai terminar com a Vanessa para deixar o caminho dela livre para mim.
-Você bebeu alguma coisa ou é sempre desequilibrado assim?
-Não estou para brincadeiras, Efron. A ordem é esta: termine com ela e saia do caminho; até te dou dinheiro se precisar para sair da cidade.
-E porquê eu faria isso?
-Que bom que você perguntou. –Sorriu e tirou uma arma da parte da trás da calça e começou a brincar com ela. –Ou você deixa ela livre, ou eu a mato... na sua frente. E depois coloco a culpa em você e você vai apodrecer na cadeira e vai ficar relembrando cada detalhe da morte dela. –Sorriu mais uma vez. –É suficiente pra você?
-Você só pode está brincando comigo.
-Quer pagar pra vê? –Arqueou uma sobrancelha. –As pessoas acham que eu saí da cidade e ela chega em poucos minutos, e com toda a certeza, ela avisou que ia sair com o namorado.
-Mas a arma está registrada no nome de alguém. –Z disse nervoso.
-Sim, no seu. –Disse tirando um papel do bolso. –Pode conferir se quiser, e só pra você saber, é apenas uma cópia.
-Chace, você não pode está falando sério.
-Ah, garoto, cresça. Ela merece coisa melhor do que isso e o que o esse curso de meia tigela pode oferecer. –Desdenhou. –Fotógrafo, grande coisa. Qualquer um pode fazer isso.
-É uma profissão digna.
-Digna de uma casa velha num bairro de quinta categoria. –Negou com a cabeça. –A Vanessa é boa demais para você, nunca percebeu? E convenhamos que eu posso oferecer mais do que ela precisa.
-E quem garante que se eu fizer isso ela vai ficar com você? Chace, amor não pode ser comprado.
-Eu sei muito bem como conquistar uma mulher e a Vanessa é fácil de se lidar. Não dou dois meses para estarmos juntos.
-E você prefere que ela fique com você mesmo me amando?
-Ela pode deixar de amar.
-Mas ela vai sofrer com isso.
-Ela supera. E então, vai cooperar comigo ou preciso fazer do modo mais difícil?
-Você prefere vê-la morta do que sendo feliz comigo? Você é doente.
-Você nem faz ideia do quanto. –Disse apontando a arma pra ele. –E então, o que diz? Não temos muito tempo, você sabe.
-O que você quer que eu faça? –Perguntou vencido.
-Bom garoto. –Sorriu. –Quando ela chegar aqui, termine tudo. Diga que só quis brincar com ela ou que foi uma aposta, não sei. Invente qualquer coisa. Eu vou consola-la e você some. Vai querer viajar pra onde? –Perguntou pegando na carteira.
-Lugar nenhum, e eu nem quero o seu dinheiro. Ela não vai querer saber de mim depois de tudo.
-Acho bom mesmo, Efron, e mesmo se ela tentar, você vai resistir. E nem pense em tentar me enganar ou vai sobrar pra vocês.

#Fim do Flashback#


-Você está brincando comigo, não é? –V questionou alterada.
-Eu adoraria que fosse uma brincadeira.
-E você sabia disso, Ashley?
-Eu...
-Como você pode? –Olhou pra amiga e em seguida para Z. –E você também, porquê não o denunciou?
-Ele é rico, Vanessa, e poderia escapar das acusações. Isso, se não nos matasse antes.
-E preferiu me entregar nas mãos de um psicopata em vez de arriscar? Nossa, brilhante sua reação. Digna de Oscar. –Negou com a cabeça. –Eu vivi uma verdadeira farsa durante três anos e nenhum dos dois me disse nada?
-Eu só descobri depois, e de qualquer forma, o Zac me pediu segredo. –Ashley disse. –Ah, Vanessa, nem venha. Você é apaixonada pelo Chace e não acreditaria em mim.
-Será que sou mesmo? É por isso que você não ficava sozinha com ele, não é? Nem você e nem as meninas. Quem mais sabe?
-Todos, menos você e seus pais. –Z respondeu baixo. –Você precisa se acalmar.
-Me acalmar? Sou casada com um maníaco e você quer que eu fique calma? –Olhou ao redor. –Me tira daqui, Ashley, eu preciso sair daqui.
-Mas ele...
-Ele que vá para o inferno! Esse casamento acabou faz tempo e nem vale a pena ficar e discutir. Vou pedir o divórcio ele estando doente ou não. –Se levantou. –Você vem comigo ou preciso ir andando?
-Eu vou. –Ashley disse. –Zac, você precisa sair daqui; ela precisa ficar só e se o Chace descobrir, ele te mata.
-E porquê? A decisão foi minha. –V disse.
-Mas ele ameaçou o Zac quando voltou, naquele dia lá no parque que ele o socou e você virou bicho.
-Porquê ninguém me conta essas coisas? –Perguntou exasperada. –O que ele disse?
-Que se o Zac abrisse a boca, você ficaria contra ele por ter sido tão frouxo.
-E ele tem razão. Estou com ódio dos dois no momento. –Bufou. –E vou ficar de você também se não me tirar daqui.
-Ok, só vou pagar a conta. Me espera lá no carro; e se ele voltar, eu digo que você foi no banheiro.
-Tudo bem. –V concordou pegando a chave das mãos de Ashley e saindo correndo.
-Zachary, que estupidez você fez?
-Eu só disse a verdade.
-Mas tinha que ser em público? –Bufou. –Me empresta essa caneta.
-O que você vai fazer?
-Um recado pro Crawford.
-Ashley!
-A Vanessa não pode fugir assim, sem explicações. Vou imitar a letra dela e dizer que sei de tudo e que acabou. –Disse escrevendo rapidamente. –Prontinho, junto com o dinheiro. Agora some você também. –O arrastou até o carro dele. –Se hospede em algum hotel com um nome falso.
-Ashley, isso não é filme e eu não sou um foragido. –Disse sorrindo.
-Mas ele é maluco e com certeza vai atrás de você. Só me obedeça. –O empurrou para dentro do automóvel. –Eu mantenho contato, não se preocupe.
-Eu tenho trabalho pra fazer, não posso me esconder.
-Ótima ideia: Faça aquela viajem lá pra América do Sul enquanto as coisas se acertam aqui.
-Mas...
-Vai logo. –Fechou a porta e correu para o seu carro. –Você acha que pode dirigir? –Questionou vendo Vanessa na direção.
-Sim, vai ser rápido.
-E para onde vamos?
-O meu antigo apartamento.
-Fazer o que? –Questionou assustada. –Quer colocar fogo? –Sorriu.
-Não, só quero pegar meus documentos. –Suspirou. –Minhas roupas estão no carro dele, e infelizmente, deixei meu passaporte no armário.
-Pra onde você vai viajar?
-Salinas. –Respondeu. –Eu avisei que ia embora.
-Pior ainda. Se você disse o lugar, ele vai atrás. Escolha outro canto, mas nada de Salinas.
-E pra onde eu vou?
-Ah, sei lá. –Disse olhando a rua. –Quer ir pra casa dos meus avós? Fica em Nova Jersey.
-Ou eu poderia me hospedar num hotel de Nova Jersey.
-E você acha que ele não vai procurar você até nos confins da terra? –Riu. –Não, nada de hotéis pra você.
-Eu nem conheço a sua família.
-O que é ótimo, e pra ficar melhor, eu vou também e deixo umas roupas minhas com você. –Se animou. –Isso é tão legal.
-Só você. –Sorriu e acelerou.
-O sinal estava vermelho sua maluca.
-Eu tenho pressa.
-Quero continuar viva, por favor.
-Dramática. –Sorriu novamente e virou a esquina. –Chegamos. Quer ir comigo?
-Prefiro esperar no carro. Se ele aparecer, eu ligo ou corro atrás de você.
-Obrigada. –A abraçou e saltou do veículo.

Por sorte, o elevador estava no térreo. Apertou o botão e esperou chegar até o seu andar. Essa viagem com a Ashley seria ótima para por a cabeça no lugar antes de todo o processo da separação. Se sentia enganada e nada a faria mudar de ideia, mas ela também não queria ver Zac por um bom tempo. Ele não lutou por ela por medo. Tudo bem, era uma situação de risco, mas ele poderia confiar nela e eles fingiriam um fim e depois armariam algum plano para flagrar as ameaças do marido. Bufou. Será que todos os homens tinham um segredo envolvendo mulher? Alex tinha a mulher misteriosa, Scott tinha a amante, Robert não revelava nada sobre a noiva, Ian era um buraco negro de acordo com Nina e agora seu marido e seu ex tinham feito uma troca. Vanessa abriu a porta do apartamento e correu até o quarto; sabia que não tinha muito tempo. Olhou as roupas restantes e respirou fundo. Não poderia viver com as roupas da Ashley para sempre. Pegou algumas calças jeans, blusas e jaquetas e colocou tudo dentro de uma bolsa grande. Procurou o passaporte e não encontrou, então, decidiu revirar as gavetas. Correu de volta pra sala, mas parou assim que o viu.

-Você não vai sair daqui. –Chace disse baixo e ela viu pelo canto de olho Ashley e Victoria na porta.
-Quem você pensa que é para mandar é mim? Eu já sei de tudo, e isso é o fim, acabou.
-Não, você só acha que sabe, mas não faz ideia. Largue isso.
-Crawford, acabou, aceite isso e me deixe passar.
-Você não vai sair daqui enquanto não me ouvir.
-Acho que já ouvi o suficiente por hoje. Me deixe...
-Você não vai sair daqui, não entendeu isso ainda?
-Chace, eu vou chamar a polícia. –Ashley disse.
-É melhor você não se meter. –Victoria avisou. –Eles precisam se resolver de uma vez por todas.
-Ela já decidiu, não percebe?
-Mas eles precisam conversar; o casamento é dos dois.
-Ah, amante, fica na sua.
-Não sou amante, sou a médica dele! –Explodiu e V piscou. –Vai ficar e ouvir agora?
-Eu não sei o que você está falando. –Vanessa disse nervosa. –Eu preciso ir.
-Você não vai.
-É perca de tempo, eu não vou mudar de ideia.
-Não quero que você mude de ideia, eu só quero te contar a verdade. –Suspirou. –Eu ameacei o Efron sim, mas tive meus motivos.
-Ah, e você quer que eu aceite os seus motivos? Pois muito bem, pode contar. Vamos ver no que vai dar.
-O que você se lembra daquele dia?
-Ele me chutou da casa dele dizendo que não queria nada sério comigo e depois eu te encontrei na rua e começou a chover. Fiquei na sua casa aquela noite por que não conseguia parar de chorar.
-Se lembra de duas semanas antes? Nos encontramos na rua por acaso, você se lembra disso?
-Sim, e você estava estranho e irritado. –Bufou. –Quer chegar aonde com isso? Eu já sei que você está doente e não ligo nem um pouco.
-Eu não estou doente, eu sou doente e não é de agora. –Suspirou. –Estou morrendo, Vanessa. Descobri que tinha pouco tempo de vida e o médico me disse para fazer o que eu gostava e queria fazer. Eu estava apaixonado por você e só te queria do meu lado. –Disse sentindo as lágrimas caírem. –Sei que foi errado, que agi por impulso, mas eu estava louco querendo o seu amor no pouco tempo que me restava. –Fungou. –Fiz aquilo por que sabia que depois da minha morte, vocês voltariam e se acertariam, mas eu queria te deixar bem na vida, sem ter que se preocupar com dinheiro e essas coisas.
-O que você tem, Chace?
-Quer a lista completa? –Sorriu. –Eu passei mal na faculdade e fui levado a força para o hospital por um professor e descobri que tinha dois coágulos no cérebro, provavelmente causados pelas minhas quedas de cavalo na infância. Eu nunca fui de ir no médico, então, não fazia ideia. Eles cresceram ao ponto de ser arriscado demais para operar, e como minha imunidade é baixa, o risco sempre foi maior.
"Naquela tarde, eu tinha acabado de sair do hospital e descoberto que estava com uma hemorragia que poderia me matar a qualquer momento. Fui na casa do Efron sabendo do risco que eu corria, mas preferi arriscar. Desejava ficar com você nem que seja uma noite apenas.
"Depois que eu te deixei na sua casa pela manhã, fui fazer um exame para saber como estava minha cabeça e descobri que o sangue tinha estancado por si só, mas ainda era arriscado. Decidi seguir com o meu plano e lá na Índia, quando você abortou pela segunda vez, eu descobri que estava com um problema no fígado, uma hepatite autoimune, que só piorava com minha baixa imunidade; esse foi um dos motivos por eu não ter sido o seu doador.
"Quando você veio para cá, eu decidi procurar um novo médico. Eu queria saber se poderia te dar um filho para garantir a sua herança já que meus pais não vão aceitar o meu testamento, e foi aí que eu conheci a Victoria. Ela está me ajudando com o tratamento da hepatite, bem, tratamento entre aspas já que não existe um.
-E os medicamentos que você toma? –V perguntou.
-São para aliviarem as dores e os sintomas da doença, e, para tentar estabilizar minha imunidade. Algumas vezes por semana eu tomo, ou deveria tomar, injeções que ajudam a tratar os coágulos, mas nunca fizeram efeito.
-Você é teimoso e toma fora de ordem, por isso, não servem. –Victoria disparou.
-Alguém mais sabe disso? Sua família?
-Só os médicos. Meus pais soltariam fogos e alegariam insanidade na época do nosso casamento, por isso, não. Minha irmã não ligaria e minha avó muito menos.
-Porquê você nunca me contou?
-Não quero a sua pena, não preciso dela. Eu só queria o seu amor e seu carinho pelo tempo que ainda me restava.
-Ah, Chace! –O abraçou. –Você tinha que ter me contado.
-Não, Vanessa. –A afastou. –Tudo, menos pena. Grite comigo, me xingue, me bata, mas nada de pena.
-É melhor a gente dar privacidade pros dois. –Victoria disse puxando Ashley e fechando a porta.
-Ela não pode ficar com ele por pena! –Ashley esbravejou andando pelo corredor.
-Chace nunca levou o tratamento a sério, então, vai por mim: ele não dura muito. Só com um milagre e olhe lá.
-Tem certeza de que nunca rolou nada entre vocês?
-Somos chefe e secretária, médica e paciente.
-E porquê você é secretária?
-Se não tiver ninguém de olho, ele não toma os remédios e só come o que não deve. Sou mais babá do que secretária, porém o cargo me da poder sobre ele e o trabalho. Regulo os horários, as reuniões, as saídas e tudo mais. Até bloqueei os cartões dele na semana passada por que sabia que ele estava morrendo de vontade de voltar, mas ele me enganou dizendo que se sentia mal sem a liberdade dele e eu caí feito idiota. –Bufou. –Eu vou matá-lo! Ele poderia morrer nessa viagem.
-Ele foi internado por infecção. –Contou olhando as unhas.
-Não, essa é a desculpa que o médico deu para a sua amiga. Ele se internou por que as células imunológicas atacaram com a baixa temperatura e a elevação da umidade do ar. Por sorte ele tomou os medicamentos aqui, por que se fosse em outras épocas, ele não resistiria. Houveram regressos desde a última viagem, e é por isso que ele ainda não tinha voltado. Na verdade, ele foi por esse motivo. Ele corria riscos de passar mal aqui e usou a desculpa dos sócios para tomar as injeções. As dores de cabeça frequentes eram uma prova de que havia algo de errado com os coágulos.
-E então? O que ele tinha?
-Você não vai entender, é complexo demais. –Suspirou. –Espero que eles não demorem muito. Já passou da hora do almoço e ele precisa das pílulas.
-A Vanessa não pode ficar com ele por pena. Ela o ama, mas isso já deu o que tinha que dar. Que culpa o Zac tinha da doença dele? Foi errado e ele deve pagar por isso!
-Você está do lado do seu amigo, não é? –Sorriu. –Não importa o que você disser, ela vai fazer o que achar melhor. Chace fala muito dela e eu percebi que é tão cabeça dura quanto ele.
-Pior que é verdade; mas é tão errado!
-Se ela resolver da outra chance pra ele, vai precisar de apoio e não de repreensões. Essas situações costumam desencadear uma série de problemas e ela pode ficar dependente de remédios ou calmantes.
-E se eu disser que ela já está nesse caminho? –Victoria a encarou. –Ela teve crises de nervos e só melhorou depois de tomar calmantes.
-O médico que receitou? A automedicação pode ser perigosa em diversos níveis.
-Ela já está melhor, ou aparenta estar, pelo menos.
-Mas... –Ouviram a porta abrir e viram Vanessa sair com os olhos inchados.
-Ashley, me perdoa, mas eu não posso. –A abraçou.
-Vai ficar tudo bem, não se preocupa. –Droga! Chace tinha conseguido mais um vez.


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Chorem comigo </3 Gente, que dó que deu de fazer esse capítulo, viu? Sério, eu adoro o Chace e vocês? O Zac FINALMENTE contou o que aconteceu e por momentos ela odiou o marido, mas aparentemente já passou, não é? Será que já passou mesmo? E o Zac, como vai reagir com isso? Eu sei e não vou contar HAUHAUH. Girls, a fic está quase encerrando essa temporada e sim, vai ser com Chanessa, mas não fiquem tristes por que o melhor ainda vai vim. Sério, o que vai acontecer a seguir é o que eu mais amei na fic toda MAHUSAH. Não vou torturá-las mais, por isso, comentem bastante. Eu sei que vocês querem me xingar ou/e xingar a Vanessa, então, vão em frente e expressem o ódio que estão sentindo.
Xx