-Chace vem cá. –V gritou do
quarto.
-O que foi amor?
-Traz meu remédio por favor? Estou
morrendo de dor.
-Acho melhor irmos no médico. Essa
medicação pode esconder alguma coisa quando fizermos os exames.
-Não vou fazer exame nenhum, e é
apenas um remédio pra dor.
-Sinto muito, mas eu não vou dar
nada.
-Eu pego então. –Tentou se
levantar, porém a dor aguda a atingiu. –Ai meu Deus!
-Você vai comigo de boa vontade ou
vai precisar ser na base da força?
-Chace, pare de besteira. É só dor!
-Você está sangrando, olha a mancha
no lençol! –Bufou. –Vou ligar pra Victoria para avisar que estamos
indo pra lá.
-Não vou a lugar nenhum! Isso é só
menstruação e...
-Vanessa, sem birra. –Disse
indo até a sala. Discou o número e olhou para o quarto; viu a esposa se apoiar
na mesa de cabeceira. –Vanessa! –Precisou correr para apanhá-la a
tempo. –Droga!
[...]
-Você é uma porta, uma otária, uma
anta. Sua teimosa, você vai se vê comigo quando acordar! –A voz de Ashley
era ouvida ao fundo e V apertou os olhos.
-Minha cabeça. –Choramingou
e sentiu a garganta arder. –Minha garganta.
-Baby, você acordou! –Ashley
comemorou e apertou o botão para chamar a enfermeira. –Vou matar você.
-Onde eu... Hospital?! –Olhou
para o braço e viu o soro. –Porquê?
-Ah sei lá né, você desmaiou depois
de sangrar. –Ironizou lhe entregando um comprimido e um copo d'água.
-Estou menstruada, apenas
isso. –Disse bebendo o líquido. –Onde está o Chace?
-Com a Victoria tentando apressar os
exames. Ele quer porque quer que saiam hoje os resultados, mas olha a hora?
Quase dez horas da noite! Só amanhã depois do almoço e olhe lá.
-Ele é rico, Ashley!
-A maioria dos pacientes desse
hospital também, então, não adianta nada. Vai ser na ordem e fim de conversa.
-Que tipo de exames fizeram?
-Fizeram de tudo um pouco, mas o de
sangue é o que mais interessa. Esse e o de colo do útero.
-E fizeram esse?
-Não, o Chace não permitiu. Só
quando você acordasse.
-E pra que eu vou fazer isso?
-Por precaução. –Victoria
respondeu na porta do quarto. Estava com os cabelos presos num coque, óculos de
grau, maquiagem leve e com um jaleco branco por cima do vestido. Linda! –Esses sangramentos
acompanhados de dores são preocupantes.
-Amor! –Chace se aproximou e
lhe beijou com veemência. –Você está bem?
-Não vou fazer exame
nenhum. –Disse apertando a mão dele.
-É preciso e já está
marcado. –Victoria avisou fechando a porta do quarto. –Preciso fazer
um exame rápido, Chace, por favor, me dê espaço. –Pediu e ele se afastou,
porém ainda segurava na mão da esposa.
-Não vou fazer exame nenhum. –V
repetiu assim que Victoria segurou o pulso dela.
-Acordada a muito tempo?
-Não. –Ashley
respondeu. –Quando ela abriu os olhos, eu apertei o botão.
-Sentiu sede?
-E dores de cabeça.
-A senhora sente o gosto de alguma
coisa, senhora Crawford?
-Ferro.
-Ok, é normal por conta dos
remédios. –Disse pegando numa lanterna pequena. –Siga a luz com os
olhos. –Pediu e Vanessa o fez. –Seus reflexos estão ótimos, então,
sem problemas cerebrais. Do que a senhora se lembra por ultimo?
-Que eu ia levantar e depois o Chace
me pegou no colo.
-Certo. A senhora comeu alguma coisa
que lhe fez mal ou fez algum exercício pesado para o seu corpo agir dessa
forma?
-Não, eu passei o dia na cama e comi
o de sempre. Mas de que forma você está falando?
-Victoria, o que ela
tem? –Chace perguntou quando viu a médica respirar fundo. Ela só fazia
isso quando o assunto não era agradável, ele sabia.
-No meu ponto de vista, esse desmaio
foi causado por exaustão. A pressão excessiva e o estresse causado nos últimos
dias resultaram nisso.
-E o que mais?
-Chace, eu preferia falar a sós com
ela.
-Não. –Deu de ombros. –Eu
vou saber de qualquer maneira, então, fale logo.
-Senhora Crawford...
-Ele é irredutível, você
sabe. –V disse vendo o marido deitar ao seu lado na cama. –Pode falar.
-Bem, eu analisei sinais e comparei
fotos. Desde que eu cheguei, a senhora reclamou de dores, enjoos e
sangramentos. Eu te achei diferente das fotos que já tinha visto no celular do
Chace e resolvi olhar novamente e notei algumas pequenas mudanças no seu corpo.
-Victoria, vai direito ao assunto.
–Chace resmungou e a porta do quarto foi aberta.
-Com licença, os exames que a
senhora pediu. –Uma enfermeira disse se aproximando e entregando dois
envelopes para Victoria.
-Obrigada
Marta. –Sorriu. –Já volto. –Olhou o relógio de pulso. –O
jantar deve chegar daqui a pouco, então, tire seus pés dai. –Bateu em
Chace com os envelopes e saiu da sala.
-E meu diagnóstico? –V perguntou
confusa.
-Ela volta. –A beijou
levemente. –Só foi traduzir toda a papelada pra nossa língua, e então, vai
voltar e dizer.
-E quando eu vou sair daqui?
-Quando o soro acabar. –Ashley
se intrometeu. –Tem certeza de que não quer fazer o exame?
-Tenho.
-E se for grave?
-Vai sair no de sangue, não é?
-Nem sempre é assim.
-Aí Ashley, me deixa! Não vou abrir
minhas pernas pra ninguém. Sempre que faço isso, saio machucada. –Disse
beliscando Chace.
-Ei, eu não tenho culpa!
-Chace faz isso, Chace faz aquilo. –Desdenhou. –Ela
não te chama de senhor Crawford não?
-Ah meu Deus, amor, esquece isso. É
por isso que está exausta. E o pior é que é tanto estresse por nada.
-Por nada? Duvido! Se ela tem essa
liberdade é por que você deu.
-Vocês duas são iguaizinhas. A gente
fala pra ir pela direita e vocês dão a volta e voam! –Bufou. –Nunca
vi mulheres tão teimosas.
-Eu sou sua esposa; não me compare
com ela.
-Não comparei, apenas
comentei. –A beijou na testa e viu a porta se abrir. O enfermeiro
serviu a sopa e se retirou. –Boa sorte. –Fez cara de nojo.
-Se estou bem de saúde, pra que
isso?
-É pra fortalecer,
baby. –Ashley respondeu ajudando com a embalagem. –Você só comeu
besteira ultimamente.
-Como sempre! –Disse
pressionando o nariz e experimentando uma colherada. –Não é tão ruim.
-Claro. Você precisa comer coisas
saudáveis e por isso os legumes. –Sorriu.
-Quer um pouco?
-É ruim, viu? –Riu. –Pode
ficar.
-Idiota. E as
meninas? –Perguntou antes de encher a boca novamente.
-Eu mandei mensagem avisando que
estava aqui com você, mas não tive respostas.
-Será que viajaram?
-Demi falou algo sobre visitar a
visitar a família e a Selena sobre ir pra Nova York; a Miley deve estar com a
Tish.
-Os pais dela se acertaram, né?
-Sim. Ela está tão feliz. –Sorriu. –E
logo vem a viagem pro Haiti e depois a turnê, então, ela está sem tempo.
-E a Nina?
-Falou que vem com o Alex logo pela
manhã.
-Brigou com o Ian?!
-Não, ele está viajando pra algum
lugar que eu esqueci.
-Estou chocada!
-E olhe que você só sumiu por uma
semana, hein?
-Imagine se fosse um mês? –Riu
e afastou o prato vazio. –Que sono.
-E seus exames?
-Quem garante que são meus? Pra
acelerar o processo, ela precisa agilizar os que já estão na frente.
-Durma então. –Ashley disse se
levantando da cadeira e beijou a testa dela. –Vou comer alguma coisa e
aviso pra ela que você já dormiu.
-Até amanhã, falsa.
-Amanhã? Querida, eu vou dormir
aqui. –Riu. –Até daqui a pouco, vadia.
[...]
-Psiu. –V
sussurrou. –Ashley! –A morena abriu os olhos devagar e viu
Vanessa debruçada na cama. –Vem cá.
-Que foi, maluca? Quer cair da
cama?
-Me tira daqui. –Apontou
pro marido.
-Quer fugir?
-Quero usar o banheiro. –Ashley
concordou e tirou os braços de Chace de cima de Vanessa. –Soro maldito. –Resmungou.
-Já está acabando. –Observou. –Vou
chamar a enfermeira.
-Depois. Vem comigo. –A
puxou até o reservado e fechou a porta. –Você falou com o Zac, não
foi? –Perguntou baixo.
-Como você sabe?
-Sua cara quando voltou entregou
tudo.
-Eu achei que você estava dormindo!
-E eu achei que vocês não estavam se
falando! –Retrucou.
-Não falei com ele em si, mas com o
Alex que passou o recado. Ele está virado no cão! Te acha uma anta e eu
concordo.
-Eu não tive escolha!
-Teve sim senhora, e na verdade,
ainda tem! O que te prende ao Chace, Vanessa? A doença dele? Você poderia
ajudar de longe.
-É
diferente. –Bufou. –Preciso falar com o Alex antes que ele faça
alguma besteira. –Estendeu a mão. –Me da o seu telefone.
-Achei que você ia usar o banheiro.
-E estou usando, não é?
-Pra fazer ligações!
-É uma utilização. –Deu de
ombros e ouviu o telefone chamar.
-Me diz que ela morreu pra você me
ligar à essa hora. –A voz sonolenta de Alex soou nos ouvidos de Vanessa.
-Ela no caso sou eu?
-Se não foi você, me diga que foi a
Ashley.
-Ela está do meu lado vivinha.
-Se foi o seu marido eu vou
desligar.
-Achei que vocês se davam bem.
-E eu achei que você tinha escolhido
o Zac! –Bufou. –Você é maluca?
-Alex, eu posso explicar.
-Duvido.
-Ele está doente; muito doente.
-E dai? Quer a herança dele? O Zac
também tem dinheiro.
-Alex, não seja ridículo. Eu não
posso deixá-lo sozinho nos seus poucos dias.
-Vi muito os poucos dias dele nos flagras de vocês dois se
pegando no parque. Super doente, com certeza. –Ironizou. –Aposto que
até transaram depois.
-Alex, não é de agora. Ele tem
coágulos no cérebro e uma doença sem cura no fígado. –Suspirou. –Ele
me escondeu nesses anos e até me permitiu ir embora, mas eu preciso ficar.
Apesar de tudo, eu o amo.
-Se ele te mandou ir embora, você
está aí por que quer.
-Eu quero e não quero ao mesmo
tempo. Na verdade, preferia está com o Zac agora, mas o Chace precisa de mim.
-Você está com ele por pena,
Vanessa? –Alex questionou incrédulo. –Como você se sente dormindo com
alguém por pena?
-Não é pena, eu o amo!
-Você o traiu! Traiu! Quem ama não trai
não importa a situação.
-Eu não estou com ele por pena, eu
juro.
-Então é por interesse na herança
que ele vai te deixar.
-Você me conhece e sabe que eu não
sou assim.
-É exatamente por isso que digo que
é por pena. Isso é ridículo! Você é médica por acaso?
-A secretária dele é
médica. –Disse revirando os olhos. –Pra você vê como eu fui enganada.
-Você está reclamando de ser
enganada? E o Zac, não foi também?
-É diferente.
-Você sabe da verdade, não é?
-Sei e me sinto zangada com os dois
por terem mentido pra mim, não importa o motivo. Doença ou medo, não interessa.
-E você está com o homem que ameaçou
te matar, nossa, como você está zangada. –Ironizou. –O que tentou te
proteger não vale nada, claro.
-Alex, você está complicando tudo.
-Você que fez a escolha errada,
Vanessa. O cara ameaçou te matar, te raptou praticamente e você está aí
transando com ele por pena.
Tenha dó, viu? O Zac não merece você, isso sim.
-Não fala isso, por favor. Eu não
tenho escolha, você não entende? –Questionou sentindo os olhos
arderem. –Eu preciso ficar por que a minha consciência me obriga. Eu o
traí, Alex, na sua própria cama. Ele só fez tudo aquilo porque queria minha
companhia. Foi errado, ele sabe e assumiu, mas isso não significa que eu tê-lo
traído foi certo. Ele me ama e eu transei com outro homem na cama que ele
dorme. Você sabe o que é isso?
-Pena. –Disse
friamente. –Você pode sentir o remorso que for, mas isso só acontece por
que no fundo existe pena.
-Você não tem moral nenhuma pra
falar algo se nem ao menos assume a sua namorada.
-Pelo menos eu não estou com ela por
pena.
-Não é por pena. –Choramingou.
-É sim. Vocês poderiam ser amigos e
você continuaria do lado dele o apoiando, e isso não seria pena, e sim retribuição
de todos esses anos que ele cuidou de você. Porém, você continua casada mesmo
tendo escolhido outro e isso só por que sente pena. Você vai sofrer mais com
isso do que se estivessem separados, você sabe, não é? Duvido que sua
consciência esteja tranquila.
-Por favor, não me torture.
-Estou sendo seu amigo, e você sabe
disso.
-Mas isso magoa, e muito. Preciso de
apoio e carinho.
-E você não vê o que eu estou
fazendo? Estou dando o apoio que você realmente precisa; estendi a mão que você
pode segurar enquanto pede o divórcio; a mão que vai te apoiar nos momentos que
você se sentir sozinha.
-Alex, eu não posso.
-Pode sim, e eu vou te ajudar.
Amanhã você se muda pra minha casa, ok? Depois da sua alta vocês conversam e
você diz que não consegue mais viver assim.
-Mas ele...
-Ele vai entender.
-Tudo bem, vou
tentar. –Fungou. –Você vem que horas?
-Cedo, assim que a Nina ficar
pronta.
-Ela está dormindo com
você? –Perguntou assustada.
-Mais ou menos. Quando ela se sente
só, a gente combina de jantarmos e ela dorme no andar de baixo.
-Alex...
-Eu não sou o Zac pra ser o amante,
Vanessa.
-Sabia que você me ofende assim?
-A verdade dói, não é?
-Dói. E sua misteriosa?
-Viajando. Nos vemos amanhã?
-Daqui a pouco na verdade. –Sorriu. –Obrigada,
Alex. Por tudo.
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Hei hei hei. Se eu sofro com essa
fic? Sim, eu sofro. Que dó gente. O que será que a Vanessa tem? Eu sei, vocês
também sabem, mas só vou confirmar no capítulo que vem MUAHUAHUH. Ok, depois
dessa risada maléfica eu me retiro com medo por que vocês me assustam, sério.
Quanto ódio gente, de verdade, estou com medo de vocês hsuahsua. Anyway, a
temporada encerra no capítulo que vem e depois, no meio da semana, eu vou mudar
todo o designe do blogger e mexer em alguns capítulos antigos e deixar um aviso
aqui falando sobre as postagens e essas coisas. See you soon, girls.
Xx